quinta-feira, 29 de março de 2007

Agora, nem com a matemática

Por Orozimbo Souza Júnior

Embora os cálculos matemáticos dissessem o contrário, o América já estava rebaixado para o Módulo 2 há algumas rodadas. A derrota de ontem para o Rio Branco, em Andradas, 2 a 0, foi a oitava em dez partidas.

Com três técnicos diferentes em tão pouco tempo de disputa, não poderia dar outra coisa, senão na queda. Some-se a isso uma série de erros das últimas diretorias, que, de tão debatidos, nem precisam ser citados aqui.

Vejo no presidente do Coelho, Antônio Baltazar, um homem sério e com as melhores intenções. Contudo, para o cartola, falta certo traquejo no futebol. Este ano, ele meteu os pés pelas mãos algumas vezes. Contratou um técnico desconhecido e que desconhecia nosso futebol, trouxe jogadores que pouco ou nada acrescentaram, quando seria mais apropriado investir na base, que sempre foi a vocação no clube, além de outros erros.

Agora, não adianta chorar pelo leite derramado. O América precisa, mais que nunca, da união dos verdadeiros americanos, coisa difícil nos últimos tempos. Só eles poderão salvar a instituição da já aventada possibilidade de que o departamento de futebol seja fechado. E nem me falem em virada de mesa, por favor.

Mais razão, menos emoção

Por Guilherme Ibraim

Ziza Valadares tem razão no que diz. Refiro-me à última crítica do presidente alvinegro, desta vez sobre o Ministério Público, que definiu uma redução da quantidade de lugares do Estádio Independência e também a proibição da venda de bebidas alcoólicas lá. Ao dizer que há uma perseguição contra o Atlético, Ziza erra. Acerta no momento em que cobra uma atitude uniforme do MP para com os clubes, sejam da capital ou do interior.

É compreensível que o presidente se sinta prejudicado pela decisão da Justiça, mas acredito que, num ato de desprendimento do interesse atleticano, Ziza poderia utilizar o seu discurso para cobrar que as medidas fossem colocadas a todos os times. Ele poderia transformar a revolta particular de seu clube em um movimento pela adequação de todos os estádios do Brasil às normas que estão vigentes no Mineirão. Poderia ser o início de um movimento de melhorias nos estádios.

Acredito, e que fique bem claro que é algo pessoal, que a proibição da venda de bebidas é correta e deveria ser aplicada a todos os estádios do Brasil. Mas, concordando com Ziza Valadares, a proibição da Justiça soou, mesmo que não seja verdade, como má vontade com o Galo. Da parte do MP, é preciso padronizar as decisões e estendê-las a todos os clubes e estádios. Já para Ziza o recado é tomar cuidado para não transformar as críticas, neste caso corretas, em uma odisséia de perseguição histórica ao Atlético.

quarta-feira, 28 de março de 2007

No Independência, não!

Por Frederico Jota

A cada vez que o assunto envolvendo possíveis partidas de Atlético ou Cruzeiro no Independência vem à tona, meu estômago embrulha. O simpático estádio do Horto deveria ser tombado, ou coisa semelhante, pelo seu papel no passado do futebol mineiro e por ter abrigado a Copa de 1950, sendo o palco, inclusive, do inusitado Estados Unidos 1 x 0 Inglaterra. Pronto, acabou.

Não existe a mínima condição de ser uma partida com expectativa de público superior a duas mil pessoas no lugar. Estive presente na partida entre Villa Nova e América e o que vi foi ridículo. Além dos problemas habituais do estádio (desconforto, visão ruim do campo para alguns torcedores, arquibancadas de concreto, péssimas opções para estacionar o carro, cerveja quente, vestiários acanhados, instalações sofríveis para a imprensa e mais uma lista interminável), me deparei com a patética cena de ver uma aglomeração de torcedores nas filas das bilheterias. Era uma partida entre Villa e América, numa sexta-feira à noite! Muitos desses torcedores conseguiram entrar no estádio por volta dos 20 minutos do primeiro tempo.

O fato de o jogo do Atlético ser disputado lá no próximo domingo é fruto de uma série de incompetências. Todo mundo sabe que o evento musical anual de gosto duvidoso acontece no Mineirão. Então, caberia à Federação não marcar jogos para Belo Horizonte na data. Depois, quando a tabela foi divulgada, caberia ao Atlético se prontificar a solicitar a alteração da data, usando, por exemplo, esta quarta-feira, vaga desde o início do ano. Agora, o Galo vai ter que jogar lá, fazer campanha para que a torcida se comporte, etc. e tal. Em minha opinião, todas as possíveis restrições estão corretas: proibição de venda de bebidas alcoólicas, venda de ingresso no dia do jogo, limitação de público etc. Infelizmente, para um estádio que não tem condições de abrigar uma partida desse porte (não estamos falando da final do campeonato), isso cai como uma luva. Estranho é poder vender bebidas nos jogos do América e, pior, inúmeros tipos de bebidas no detestável Axé.

Ficar protegendo o Independência por ser um estádio simpático, bom (!?!?!?) para ver jogos, central etc., é atestar a pequenez do futebol mineiro.

Boa aposta do Cruzeiro

Por Orozimbo Souza Júnior

De acordo com informações do site Superesportes, o Cruzeiro está próximo de anunciar um reforço para a defesa. Trata-se do zagueiro Leo Fortunato, 24, que defende o Madureira no atual Campeonato Carioca.

Assisti, pelo menos, três partidas de Fortunato no time carioca este ano, e gostei muito do que vi. Além da força física, ele tem uma boa técnica. Caso seja confirmada a contratação, entendo que a Raposa fará uma boa aposta, sobretudo, porque a zaga tem sido o calcanhar de Aquiles da equipe em 2007.

terça-feira, 27 de março de 2007

Já não era sem tempo

Por Orozimbo Souza Júnior

O diretor de futebol do Cruzeiro, Eduardo Maluf, admitiu que o clube busca a contratação de um zagueiro.

Definitivamente, a zaga tem sido o ponto mais fraco do time em 2007. A Raposa tem uma das piores defesas do Campeonato Mineiro. Foram testadas diferentes duplas de zagueiros, mas nenhuma que convencesse. Tiago Heleno, Luisão, Gladstone e André Luís estão, ainda, muito aquém do que se espera.

Além da falta de acerto com os atletas testados, outro fator que pesou para que a diretoria Celeste agisse é o provável gancho que pegará André Luís. Mas, reflitamos: a ausência deste jogador é desfalque ou reforço?

Brasil sonolento

Por Orozimbo Souza Júnior

Acabou há poucos minutos o amistoso entre Brasil e Gana, o segundo da seleção de Dunga na Suécia. Vencemos por 1 a 0, gol de Vagner Love.

O jogo foi mais complicado do que a partida de sábado contra o Chile. Tanto é que o goleiro Júlio César foi considerado o melhor em campo. Que a dificuldade seria maior, não tinha dúvida. A seleção africana é muito superior à chilena.

Mas, confesso, esperava um pouco mais do nosso esquete. A partida foi amarrada, cansativa. Robinho Kaká e Ronaldinho, principalmente, não tiveram a costumeira desenvoltura.

De positivo, além da atuação do nosso goleiro, destaco a participação do lateral Daniel Alves, que entrou no lugar de Ilsinho e se saiu muito bem. Cada vez que um novo lateral-direito se apresenta bem na Seleção, corremos menos o risco da volta de Cafu.

Mesmo após o fiasco na Alemanha, o capitão do Penta insiste em afirmar que não desistiu da Seleção. Pode até ser verdade, mas o que se deve perguntar é se a Seleção desistiu dele. A resposta, certamente, será sim. A menos que não tenhamos outra opção.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Sobre América, Galo e Ipatinga...

Por Orozimbo Souza Júnior

Na sexta-feira, o Coelho perdeu em casa para o Villa Nova, 2 a 1 de virada, e já pode se despedir da primeira divisão do estadual. Para escapar do Módulo 2, o time precisa de uma combinação improvável de resultados, além de ter de vencer suas duas partidas restantes. A esta altura do campeonato, a segunda opção parece ter a maior improbabilidade. O time, que fez apenas quatro pontos e nove jogos, fará seis pontos em duas partidas?

Já no sábado, o Galo chegou à quarta vitória seguida na competição e dormiu na liderança, até a vitória do Cruzeiro contra o Democrata-GV. Os 2 a 0 no Ituiutaba, no Pontal do Triângulo, praticamente asseguraram ao alvinegro a vaga na próxima fase.

Por fim, o Tigre do Vale do Aço perdeu para o Tupi em Juiz de Fora e se complicou. Para se classificar, precisa vencer os dois jogos restantes, além de contar com tropeços dos adversários. Neste momento, o time tem chance de se classificar, mas não afastou o risco de ser rebaixado. Esperava mais do Ipatinga, mesmo sabendo que o time foi quase todo remontado para a Série B do Brasileirão.

“Quadrado mágico”, o verdadeiro, volta a brilhar

Por Orozimbo Souza Júnior

Quando surgiu a expressão “quadrado mágico”, para se referir aos quatro homens de frente da nossa Seleção, fui um dos entusiastas da idéia. Embora, sempre achasse que, para ser de fato mágico, o quadrado não poderia ter Ronaldo e Adriano juntos, principalmente se eles estivessem fora de forma, como na última Copa.

No sábado, contra o Chile, o técnico Dunga escalou o time com uma formação que eu defendo. Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Fred na frente. A Seleção passeou em campo e fez fáceis 4 a 0. Tudo bem que a equipe chilena não é, nem nunca foi, grandes coisas. Haja vista ter sido ela vítima do mesmo quadrado nas Eliminatórias para 2006, perdendo por 5 a 0.

Mas o Chile também não é nenhum “cachorro morto”. Tanto é verdade que, em campo, os chilenos contavam com mais jogadores que atuam no futebol brasileiro do que nossa Seleção, dois atletas deles contra nenhum nosso. Valdívia e Maldonado, sem dúvida, têm lugar em qualquer equipe do nosso futebol hoje.

No entanto, o que me preocupa são alguns rumores que ouvi na imprensa, nas inúmeras análises do jogo. Muitos jornalistas afirmaram que Dunga só escalou esse time porque foi pressionado pelos patrocinadores da CBF. Isso, se verdade, é um absurdo, por dois motivos. O primeiro é que a torcida pode ficar criar uma expectativa que logo poderá ser desfeita, caso o treinador tenha total autonomia para escalar. O outro motivo, muito mais preocupante, é que Dunga, ao se sujeitar às exigências de patrocínios, estará agindo somente para assegurar sua vaga no comando da Seleção, deixando de colocar em prática suas convicções.

Repito que isso são rumores. Mas é bom ficar de olhos bem abertos, porque onde há fumaça, há fogo. Todos sabemos, não de hoje, que o futebol virou um grande negócio, no qual o espírito competitivo fica em segundo plano.

Romário a um passo do paraíso

Por Orozimbo Souza Júnior

Ainda não foi desta vez, mas o Baixinho conta os minutos para fazer parte dos “Deuses do Olimpo” do futebol. Ontem, contra o Flamengo, no Maracanã, melhor adversário e palco possíveis, o atacante só fez um.

Deverá caber ao Botafogo a “honra” de ser o time que levará o milésimo. O mais curioso é que Romário revelou há poucos dias, em entrevista, que os goleiros botafoguenses o ajudaram muito durante sua carreira.

O time da estrela solitária foi o adversário contra o qual o atacante mais balançou as redes. Mais de trinta vezes. Como botafoguense é supersticioso, muitos já devem estar esperando pelas gozações após o clássico de domingo que vem. É aguardar para ver.

Apesar de sufoco, Cruzeiro se classifica

Orozimbo Souza Júnior

O time Celeste segue com seus altos e baixos na temporada. Ontem, jogando em casa contra o Democrata-GV, começou muito bem, fazendo 3 a 0 e demonstrando uma melhor disposição tática.

Mas, nos minutos finais, a equipe deu um susto na torcida. A Pantera foi para cima e acuou a Raposa, marcando dois gols. Talvez, o resultado fosse pior, caso o jogo tivesse mais alguns minutos.

Mais uma vez, o Cruzeiro se complicou, quando o adversário resolveu atacar, assim com ocorreu nos jogos contra o Atlético e o Ipatinga. De qualquer forma, os celestes podem comemorar a classificação matemática, já que o time soma 19 pontos.

Continuo achando que a equipe tem muito potencial para fazer bonito em 2007, mas está muito claro que Paulo Autuori precisa fazer acertos. Algumas peças ainda não se encontraram, principalmente no sistema defensivo.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Fluminense marginaliza Renato Silva

Por Orozimbo Souza Júnior

O Blog do Juca traz uma discussão interessante sobre o que aconteceu com o zagueiro Renato Silva, que caiu no antidoping, após uma partida em que defendeu o Fluminense.

O exame do atleta apontou uso de droga, e o zagueiro, que não conseguiu se acertar desde que trocou a Gávea pelas Laranjeiras, deverá ter seu contrato rescindido. Um absurdo.

A abordagem muito bem feita por Juca Kfouri lembra que, no nosso país, a lei anti-droga trata o dependente químico como doente, não como marginal. Com isso, quem é usuário deve ter sua imagem preservada, ao contrário do que aconteceu com o jogador, que teve seu caso amplamente divulgado e explorado na mídia.

Em um momento como esse, o clube poderia dar um grande exemplo, oferecendo amparo ao atleta. Mas não o fez, lamentavelmente. Lamentável também foi o comportamento da imprensa, que pouco ou nada se preocupou em preservar Renato, como prevê a lei.

O blog ainda lembra que casos semelhantes, nos Estados Unidos, terminam em processo, com ganho de causa para os atletas. Se Renato Silva tiver um bom advogado, poderá receber uma bela indenização, tanto de quem divulgou seu caso, quanto de quem o explorou.

Resultados normais para os brasileiros na Libertadores

Por Orozimbo Souza Júnior

Quatro times brasileiros entraram em campo na rodada desta semana da competição. Foram duas vitórias e duas derrotas.

Começando pelos derrotados, o Paraná Club, pela segunda vez, sucumbiu diante do Flamengo, que, agora, lidera o grupo, logo à frente dos próprios paranaenses. Neste grupo, acredito, as duas equipes não terão dificuldades em avançar, pois têm como adversários Real Potosí-BOL e Maracaibo-VEN.

O São Paulo também caiu. Os 2 a 1 para o Necaxa, no México, tiraram uma invencibilidade de 29 jogos do Tricolor. A derrota, no entanto, não deverá abalar a equipe paulista, que tem tudo para se classificar também, já que está em um grupo relativamente fraco.

Por último, jogou o Santos, ontem, na Argentina, contra o
Gimnasia la Plata, e atingiu a melhor campanha entre os 32 participantes da Libertadores. A vitória por 2 a 1 foi a quarta, em quatro jogos. O time da Vila já está mais do que garantido na próxima etapa.

Os outros dois brasileiros, Inter e Grêmio, estão em situação um pouco mais delicada. O Colorado jogou três vezes, perdeu duas. Está certo que o atual campeão caiu no grupo mais complicado e, nas duas vezes em que foi derrotado, atuou fora de casa. Terá a chance de ir à forra contra Nacional-URU e Vélez-ARG.

O Grêmio, após um bom começo, perdeu fôlego. Em um grupo relativamente tranqüilo, o Tricolor Gaúcho jogou três vezes, vencendo uma, empatando uma e perdendo outra. Jogou duas fora do Olímpico, assim como o Inter. Com isso, tende a se recuperar em casa.

Apesar de uns tropeços aqui e acolá, continuo confiante na classificação dos seis representantes do Brasil para a fase de mata-mata.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Tigre mostra garras ao Porco; Galo fica no empate

Por Orozimbo Souza Júnior

Em texto publicado aqui ontem, disse que o Ipatinga tinha uma parada torta pela frente, o Palmeiras, na estréia da segunda fase da Copa do Brasil. Mas, jogando com sua torcida e aproveitando os desfalques do adversário, o time do Vale do Aço conseguiu uma grande vitória.

Os 2 a 0 serão difíceis de serem revertidos no jogo de volta, em São Paulo, mesmo que os paulistas contem com os retornos de Edmundo e Valdívia, que não jogaram na noite desta quarta. Quem esperava que o Palmeiras vencesse por dois gols e eliminasse o jogo de volta se deu mal. Com a vitória sem tomar gol em casa, o Tigre tem tudo para derrubar um dos favoritos ao título.

Já o Atlético ficou no 1 a 1 contra o América do Rio. Em termos de classificação, o resultado pode ser considerado bom, já que o Galo se garante até com um empate por 0 a 0 no jogo de volta, no Mineirão. Entretanto, o time não jogou bem. Eu acreditava que a fatura seria liquidada neste primeiro jogo. Mas erros individuais, como o do zagueiro Marcos no gol adversário e jogadas sem coordenação, levaram o alvinegro a correr o riso de sair derrotado em Edson Passos.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Galo e Tigre estréiam na segunda fase da Copa do Brasil

Por Orozimbo Souza Júnior

Os dois times mineiros entram em campo na noite desta quarta. O Atlético vai ao estádio Giullite Coutinho, pegar o América-RJ. Para minha surpresa, descobri que os cariocas levam vantagem contra os mineiros na história desse confronto. América tem 12 vitórias, contra 11 do Galo.

Mas hoje, os mineiros têm tudo para se igualar aos cariocas. Nos jogos que assisti do time do Rio este ano, não vi nada de mais, apesar das vitórias que ele teve sobre Vasco e Fluminense. Se vencer por dois gols de diferença, o alvinegro eliminará o jogo de volta. Talvez, esse placar não seja alcançado, mas creio no triunfo mineiro.

Já o Ipatinga tem um adversário mais complicado. O time do Vale do Aço recebe o Palmeiras, no Ipatingão. Neste caso, a vitória por dois gols de diferença dará aos paulistas a vaga na próxima fase. Entretanto, o time de Flávio Lopes poderá se aproveitar dos desfalques palmeirenses, para tentar equilibrar a disputa. No jogo de hoje, Edmundo e Valdívia estão fora da equipe de Caio Júnior.

Que escândalo!

Por Daniel Seabra

Estamos em 2007, pleno século XXI. Sempre lutamos, e muito, contra as irregularidades, fora de campo, no futebol brasileiro. E a tal chamada “virada de mesa”, prática muito usada no futebol brasileiro há alguns anos, quando um determinado clube não conseguia, por incompetência em campo, permanecer na divisão de elite de um campeonato, parece voltar à tona. Que coisa! Pois bem, a esta altura tivemos que ouvir o Ziza Valadares, presidente do Clube Atlético Mineiro, uma das maiores instituições de futebol do Brasil, e até do mundo, cogitar a possibilidade de mudar a regra do jogo, tentando beneficiar ao América.

Ora, conhecem aquela antiga máxima: quem não tem competência que não se estabeleça? Pois é, podemos aplicá-la a esta situação. Alguém se lembra quem foi rebaixado para o Módulo II mineiro em 2006? Por que não foi tentada a “virada de mesa?” Por que ninguém se manifestou? Temos uma regra no jogo, assinada e aprovada por todos os participantes antes do torneio começar, e ela deve, a todo custo, ser respeitada. Se não, vira bagunça.

O América é um clube simpático? Pra maioria da torcida mineira, acredito que sim. É um clube centenário, tradicional, que já revelou dezenas de bons atletas (e não soube vendê-los, diga-se de passagem). Mas uma coisa é uma coisa, e outra é outra, como diria aquele dirigente paulista.

Caiu, tem que disputar. Não foi assim com o Atlético, quando foi para a Série B? Não há mais espaço para “maracutaias”, nem arrumações no futebol brasileiro. Já foi o tempo que os “grandes” ditavam as regras, independentemente do momento do torneio. Nem para viradas de mesa veladas, presidente Antônio Baltazar. Mudar a regra da Taça Minas Gerais? Tudo bem, é possível. Mas quem for rebaixado no Estadual, sendo o América ou não, está fora do Módulo I de 2008. E é assim que tem que ser.

Libertadores 2007: como tem jogo ruim

Por Orozimbo Souza Júnior

Nem preciso dizer o quanto gosto de futebol. Vejo campeonatos dos quatro cantos do mundo, apesar de, muitas vezes, não ter paciência para com tantos pernas-de-pau que jogam por aí.

Na Libertadores 2007, vários confrontos estão me cansando. Ontem, tive mais dois exemplos. O canal fechado Sportv transmitiu C. Porteño 2 x 1 Cúcuta e Caracas 0 x 4 Colo Colo, em seqüência. Só não me lembro se a ordem foi esta mesmo. O resultado descobri na internet.

O certo é que não consegui ver mais de 10 minutos em cada partida, apesar dos sete gols.

O nível técnico da primeira fase da competição está baixíssimo.

Tomara que a próxima fase chegue logo e que tenhamos um aumento no nível dos confrontos. Caso contrário, na TV, terei de recorrer aos filmes ou aos desenhos animados no horário das transmissões.

terça-feira, 20 de março de 2007

Salvar o América sim, mas sem maracutaia

Por Orozimbo Souza Júnior

De carona no assunto muito bem abordado pelo companheiro Frederico Jota, no texto anterior, algo precisa ser analisado entre as coisas que disse Ziza sobre o América.

Noves fora a bobagem de sugerir “virada de mesa”, quando o presidente do alvinegro fala que é preciso salvar o América, e que o possível rebaixamento do time para o Módulo 2 do Mineiro é péssimo para o nosso futebol, ele toca num ponto delicado: o caso do América, de fato, requer salvação.

Essa é a expressão mais correta para tratar o atual momento da terceira força do nosso futebol. Já há quem fala em um possível encerramento das atividades do departamento de futebol profissional do Coelho, caso o rebaixamento seja confirmado, somando-se ao fato de que o time nem disputará a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro.

A atual situação é fruto de uma seqüência de administrações ruins. O América vem, ao longo dos últimos anos, perdendo o trem da história. Mas, caso seja rebaixado, deverá se reerguer em campo, com dignidade. Permanecer na Primeira Divisão entrando pela porta dos fundos poderá ser um mal ainda maior.

Acredito que os outros clubes mineiros, falo em especial de Atlético e Cruzeiro, podem e devem ajudar de alguma forma. Basta para isso boa vontade dos nossos cartolas e, sobretudo, que os dirigentes e os aguerridos torcedores americanos tenham humildade em aceitar um eventual apoio.

Não tenho a menor dúvida em afirmar que o América é o maior celeiro de bons jogadores do futebol mineiro nos últimos anos. Fred e Gilberto Silva, presentes em todas as convocações da Seleção Brasileira, são alguns exemplos. Essa fábrica tem que continuar produzindo e competindo.

Era o que faltava

Por Frederico Jota

Juro que há muito tempo não ouvia tamanha bobagem como a que Ziza Valadares falou ontem. Nem mesmo as presepadas de Eurico Miranda na Federação de Futebol do Rio de Janeiro são tão descabidas quanto cogitar virar a mesa no Campeonato Mineiro para que o América permaneça na primeira divisão - isso caso o clube realmente caia. Para não perder tempo, não vou discutir aqui os motivos que podem levar o Coelho para o Módulo 2 do Mineiro. Isso fica para uma outra conversa. Até porque isso não começa no atual campeonato, muito menos em 2007.

O que tem que ser debatido é o absurdo completo que é o presidente de um clube do porte do Atlético cogitar o inchamento de um campeonato de péssima categoria como o Campeonato Mineiro. Já é um produto ruim com 12 clubes, imaginem com 16, 18? E qual seria o retorno técnico disso para o Galo? Nenhum. Aliás, mais perdas. Perdas para o Atlético e para o Cruzeiro, que seriam obrigados a enfrentar mais campos ruins, mais zagueiros botinudos, e mais desgaste com jogos que não valem nada, sem falar na perda financeira. Se tinha alguma coisa que o Atlético deveria fazer com o Mineiro, era sugerir a extinção de um campeonato deficitário, trocá-lo por um calendário decente, por mais datas na Copa do Brasil, por um Brasileiro com jogos só aos finais de semana, por uma outra competição sul-americana, etc.

Muito me decepciona ver Ziza, um dirigente que recebeu os mais calorosos elogios que um cartola alvinegro ganhou nos últimos anos, exatamente por sua postura íntegra, eficiente e correta, dar a entender que as regras de um campeonato deveriam ser alteradas para favorecer um ou outro. Ziza falou em Uberaba e Uberlândia, mas nem mesmo esses clubes estariam garantidos no Mineiro de 2008, afinal disputam com outros clubes o Módulo 2. E o exemplo do próprio Atlético, que reconquistou, em campo, seu direito de jogar a Série A do Campeonato Brasileiro? Não vale nada? E o Estatuto do Torcedor, que não permite alterações de regras em torneios, que prevê critérios rígidos para acesso e descenso? Tudo vai para o lixo?

Não bastasse tudo isso, o que Ziza falou é antidesportivo. "Apenas" por isso, a declaração deveria ser repensada pelo dirigente e rebatida por todos aqueles que gostam de futebol.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Galo vence e chega nas “cabeças”

Por Orozimbo Souza Júnior

A vitória de ontem no clássico contra o América confirmou, de vez, a ascensão do Atlético no Campeonato Mineiro.

O time que chegou a ocupar a lanterna, neste momento, é o segundo, e dificilmente ficará fora do G4 da próxima fase, apesar de o equilíbrio continuar sendo a tônica da competição.

A apenas três rodadas do fim da primeira fase, exceto para Rio Branco e Guarani, que só jogam mais duas partidas, dez dos 12 participantes têm reais possibilidades de classificação.

A reta final da fase classificatória deverá pegar fogo. Cruzeiro e Atlético, devido aos adversários que enfrentarão, só não se classificam se houver algum acidente de percurso.

Já as outras vagas serão disputadas palmo a palmo, com detalhes separando classificados e eliminados.

Mais um ingrediente na polêmica do milésimo gol

Por Orozimbo Souza Júnior

A edição de abril da Revista Placar, que chega às bancas esta semana, traz mais um componente que deve apimentar ainda mais as discussões em torno do milésimo gol de Romário.

A publicação contratou um pesquisador para fazer um levantamento de todos os gols do Baixinho. A lista, em termos de números, não apresenta nenhuma novidade com relação a várias outras que estão sendo divulgadas por aí.

O diferencial, no entanto, que já causa polêmica antes mesmo de Placar chegar aos leitores, diz respeito aos gols que o atacante marcou em jogos considerados oficiais pela Fifa.

Para a entidade máxima do futebol, Romário tem 716 gols em partidas oficiais, enquanto Pelé, 720. Ou seja, o Baixinho estaria a cinco de passar o Rei em número de gols oficiais.

Agora, o atacante do Vasco tem um bom argumento para retrucar os jornalistas que insistem em diminuir seus méritos, usando a já consagrada expressão “de acordo com as contas de Romário”. Ele poderá dizer: “de acordo com as contas da Fifa, tenho mais gols em jogos oficiais do que Pelé”.

Essa discussão ainda vai longe. Insisto que não devemos comparar Romário a Pelé, porque Pelé é incomparável. Mas insisto também que não se deve diminuir o méritos do Baixinho.

domingo, 18 de março de 2007

Será que agora vai?

Por Orozimbo Souza Júnior

Pela terceira vez, em oito jogos, o Cruzeiro goleou no Campeonato Mineiro. Os 6 a 2 contra o Tupi, no Mineirão, foram o maior placar da competição.

Nas goleadas anteriores, o time deu mostras de que poderia, enfim, engrenar na temporada e justificar o amplo favoritismo, devido aos investimentos.

Mas isso não aconteceu. A Raposa continuou oscilando. Dessa vez, não vou me arriscar em dizer quer o Cruzeiro vai deslanchar a partir da vitória de ontem.

Prefiro esperar um pouco mais. Mesmo assim, continuo achando que a equipe Celeste deverá ser uma das mais competitivas de 2007. Ainda precisa de acertos, que virão com os jogos. Para mim, a fase de ajustes ainda não terminou.

Só faltam dois

Por Orozimbo Souza Júnior

Na goleada do Vasco, ontem, contra o Boa Vista, o Baixinho deu mais uma mostra de que, dentro da área, é gênio.

Foram três gols, mas poderiam ser quatro, não fosse um defensor da equipe adversária, que mandou para as próprias redes uma bola que cairia limpa nos pés do atacante.

Com isso, o jogador só precisa de mais dois para chegar ao milésimo gol na carreira, o que pode acontecer já no meio de semana, no jogo do Vasco contra o Gama, pela Copa do Brasil. Nesta partida, o Baixinho deverá iniciar no banco de reservas.

Ao ser perguntado, após o jogo de ontem, se ele marcaria o milésimo contra o Gama, o jogador disse que sim. Mas acho pouco provável, mesmo que tenha oportunidade para isso.

É que no domingo que vem, o Vasco joga contra o Flamengo no Maracanã. Palco e adversário ideais para o gol mil.

Por isso, aposto que, caso o jogador faça um no Gama, ele guardará o próximo para o clássico contra o rubro-negro. Duvido que bata um pênalti no time do Distrito Federal, caso já tenha feito um gol no jogo.

sábado, 17 de março de 2007

Copas e Copas

Por Frederico Jota

Assistindo na quinta-feira ao jogo entre Shakthar e Sevilla, pela Copa da Uefa, me veio mais uma vez à cabeça a incrível incapacidade da Conmebol de fazer um campeonato atraente além da Libertadores. Em tempo, o jogo entre os ucranianos e os espanhóis foi decidido só na prorrogação, etapa do jogo que foi motivada por um gol de goleiro no último minuto da etapa regulamentar. O Sevilla venceu por 3 a 2, se classificou e protagonizou um dos melhores jogos do ano até agora.

A Copa do Uefa foi extramemente desprestigiada pela União Européia de Futebol, que coloca nela os renegados da Champions League e vários clubes de países com menor expressão, além dos menos favorecidos de países tradicionais. Mas, mesmo assim, com cotas atraentes e com várias equipes de bom nível, fazem um segundo torneio continental de ótimo nível, em evidência por ser jogado simultaneamente à Champions League.

Por aqui, fazem o possível para tornar a Sul-Americana um verdadeiro traste. Cotas pífias, times de baixo nível e disputada perdida no segundo semestre, longe dos holofotes da Libertadores. Apesar disso, acho que quem a disputa deve encarar com todas as forças - vale lembrar que o Boca, bicampeão da Sul-Americana, ressurgiu das trevas com as conquistas, apoiado pela sua torcida. O mesmo aconteceu com o Cruzeiro, no início da década de 90, quando andava em baixa e se recolocou no cenário graças às conquistas da Supercopa.

Passou da hora de se repensar esse torneio. As duas competições (Uefa e Sul-Americana) têm algo em comum, que é não dar ao seu vencedor um prêmio maior - uma vaga, por exemplo, na Libertadores e na Champions League do ano seguinte. Enquanto isso, com uma organização melhor, os europeus fazem por onde valer a Copa da Uefa, mesmo com ucranianos, russos, búlgaros e afins...

sexta-feira, 16 de março de 2007

Gaúchos começam a preocupar na Libertadores

Por Orozimbo Souza Júnior

Depois de um começo promissor, o Grêmio parece ter tirado o pé do acelerador na competição continental. O surpreendente empate em casa contra o Cucuta e a derrota de ontem como visitante para o Tolima acenderam a luz de alerta no Olímpico.

Ainda aposto na classificação do Tricolor à próxima fase. Mas é bom abrir os olhos, porque, como dizem há muito tempo, não tem mais bobo no futebol. Principalmente nesta competição em que a força prevalece muito mais do que a técnica.

Mas a maior preocupação é com o Internacional. Com uma vitória e duas derrotas, o atual campeão está em situação complicada. Na verdade, o grupo do Colorado é, para mim, o mais equilibrado. Mesmo assim, o campeão do mundo não pode mais bobear. Caso contrário, será a grande decepção entre os participantes da Libertadores 2007.

A situação do Inter só não é pior porque ele vai receber em casa os dois adversários que o derrotaram no primeiro, Nacional-URU e Vélez Sarsfield-ARG. Com isso, terá a chance de ir à forra e reverter o prejuízo.

Galo pode ter Vanderlei no clássico. Não sei se é a melhor opção

Por Orozimbo Souza Júnior

No treino desta quinta-feira, o técnico atleticano, Levir Culpi, testou Vanderlei no ataque, no lugar do então titular Galvão. Com apenas um gol em 2007, o centroavante vem decepcionando.

É bem verdade que a bola não está chegando ao atacante. Como “matador”, é fundamental que ele esteja bem servido pelos companheiros, o que não vem ocorrendo. Com isso, ele está saindo muito da área para buscar jogo, tendo poucas chances de marcar.

A possível aposta em Vanderlei, autor de três gols na atual temporada, pode incorrer no mesmo problema, caso a bola não chegue. Particularmente, acho Galvão mais jogador. Por isso, acredito que a troca não seja a melhor opção.

Vamos aguardar pelo jogo, que, aliás, tem tudo para agradar. O América não pode nem sonhar com outro resultado que não seja a vitória. Já o Galo tenta consolidar sua recuperação.

quinta-feira, 15 de março de 2007

O Craque

Por Frederico Jota

Em tempos de vacas magras no nosso futebol, nada melhor que ver..... Zé Roberto. Ele mesmo, o homem que boa parte da crítica e a grande maioria da torcida torceu o nariz quando o viu na lista de convocados para a Copa do Mundo - e mais ainda quando ele se tornou titular da insossa seleção de Parreira.

No organizado time do Santos, Zé Roberto anda desequilibrando. Se no final do ano passado, o que se viu foram apenas lampejos do craque, em 2007, o meia está fazendo valer a pena ver o Peixe jogar. Jogadas de extrema técnica, passes milimétricos, excelência tática, golaços. Tudo isso aliado a um fator que alguns grandes jogadores também esquecem: decisivos. Não foram uma ou duas vitórias que Zé Roberto já garantiu ao Santos neste ano. Foram muito mais...

Juntado a qualidade do meia à capacidade que Vanderlei Luxemburgo tem para organizar times, não vou me surpreender se o Santos abocanhar algumas taças por aí. A receita é similar à usada no Cruzeiro de 2003. Um craque acima da média em uma ótima fase e vários operários fazendo a máquina funcionar direitinho. Gostem ou não, Luxemburgo é um baita técnico. E Zé Roberto, um baita jogador.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Senhores da razão, deixem o Romário em paz

Por Orozimbo Souza Júnior

É impressionante como, no Brasil, muitas pessoas têm verdadeiro incômodo com o sucesso alheio. Isso se aplica ao caso da busca pelo milésimo gol do baixinho Romário. Desde que o jogador começou a se aproximar do objetivo, muitos críticos levantaram a voz para contestar, às vezes usando de ironia, o feito em eminência de ser alcançado.

As justificativas utilizadas pelos contestadores só reforçam minha certeza de que as opiniões lançadas contra a empreitada do atleta têm propósito de reduzir o mérito do principal responsável pela conquista de uma de nossas cinco Copas do Mundo. Vamos ao que dizem, invariavelmente, alguns dos detratores de Romário.

Primeiro, muitos insistem em dizer: “milésimo gol, de acordo com as contas do Romário”. Neste caso, a lista apresentada pelo jogador leva em consideração alguns marcados pelas categorias de base do Olaria, do Vasco e pelas Seleções Brasileiras não profissionais. A contra-lista dos críticos reduz em 70 ou 80 os tentos computados pelo jogador.

Outra corrente de contestação questiona a qualidade dos adversários enfrentados pelo baixinho. “Fazer gol em Madureira, Friburguense, Nova Iguaçu e outros é mole”. Façam-me o favor. Todos esses times disputam campeonatos profissionais. Gols contra eles valem, sim. Já que aqui se tenta reduzir os méritos dos gols, por terem sido marcados em adversários menos qualificados, seria justo, da parte dos contestadores, então, atribuir peso 2 aos gols marcados pela Seleção Brasileira e nos diversos clássicos que o jogador disputou, sobretudo na Europa.

Por fim, muitos insistem em querer comparar Romário com Pelé, para dizer, outra vez, que o feito do Baixinho não vale. “Pelé tem mais de 1.200 gols. O gol 1.000 fez com apenas 29 anos”. Ao buscar o milésimo gol, Romário não pretende se equiparar a Pelé, nem precisa disso. Ele, apenas, quer deixar seu nome na história, como um dos poucos a conseguir a façanha. É impossível comparar os dois craques. Primeiro porque jogaram em épocas e funções diferentes, segundo porque Pelé é Pelé, e Romário, mesmo não admitindo, sabe disso.

Quero finalizar minha opinião com os olhos de um fanático por futebol. Este é um momento raro na história do esporte. Estamos a cinco gols de presenciar um feito que minha geração nunca viu e que, talvez, nunca mais veja. Então, força, Baixinho. Queremos o milésimo. E continue jogando, enquanto se sentir motivado e em condições físicas.

Pelo resgate da confiança

Por Orozimbo Souza Júnior

O Cruzeiro entra em campo hoje pela segunda fase da Copa do Brasil. O jogo contra a Portuguesa em São Paulo significa mais do que um degrau na luta do time mineiro para tornar-se o maior vencedor da competição. Hoje, os celestes dividem esse posto com o Grêmio, ambos com quatro conquistas.

Uma vitória por dois gols de diferença da equipe celeste elimina o jogo de volta. Mais do que isso, a classificação antecipada poderá resgatar a confiança da torcida e, certamente, do próprio grupo de jogadores, já que os altos e baixos do início de temporada têm provocado uma certa desconfiança e até mesmo questionamentos sobre a qualidade dos reforços cruzeirenses para o ano.

Repito que ainda é cedo para julgar as contratações do Cruzeiro, bem como o que o time pode fazer em 2007. Contudo, já ficou claro que a diretoria tem de se mexer e contratar, pelo menos, mais dois jogadores, um para a zaga, outro para a lateral-esquerda, já que a paciência da torcida com André Luís e Fábio Santos está esgotada.

No confronto contra a Lusa, aposto na classificação mineira, mas não na partida de hoje. A Portuguesa vem bem na segunda divisão do Campeonato Paulista e, motivada, é difícil de ser batida no Canindé.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Analisando a Liga dos Campeões

Por Guilherme Ibraim

O sorteio das quartas-de-final da Liga dos Campeões da UEFA já começou a mostrar as equipes favoritas na disputa do título de “Rei da Europa”. Tanto pelo futebol apresentado por alguns times quanto pelos cruzamentos que vão acontecer nesta fase e que levarão às semifinais da competição. Abaixo algumas análises sobre os jogos.

Bayern de Munique (ALE) x Milan (ITA)

Confronto equilibrado mais pela tradição do que pelo futebol apresentando pelas duas equipes durante a temporada atual. Mesmo com o foco na competição, já que não tem chances de conquistar o Calcio, Carlo Ancelotti, treinador milanês, insiste em manter apenas um atacante e Kaká como homem de apoio ao ataque. Pouco para quem quer ser campeão e vai enfrentar uma defesa bem montada. No Campeonato Italiano, ele tem Ronaldo, na Liga, Gilardino. Disparidade é a palavra.

O Bayern aposta muito na força de um conjunto para arrancar a sua classificação. Lúcio em boa fase e os alemães da nova geração, Schweinsteiger e Podolski, são as armas da equipe bávara para vencer os milaneses. Otmar Hitzfelt, técnico do Bayern, sabe armar equipes com muita marcação e dando ênfase no jogo aéreo. Levando-se enconta a idade do setor defensivo dos italianos, se apostar em um jogo veloz, pode levar sua equipe às semifinais.

Roma (ITA) x Manchester (ING)

Uma das surpresas da competição, depois de bater os franceses do Lyon, os italianos vão com motivação extra para as quartas-de-final. A aposta principal é na qualidade individual de dois jogadores: Totti e Mancini. Eles, inclusive, marcaram os gols que classificaram a equipe. Pelo futebol que vem mostrando no Campeonato Italiano, não será surpresa se os ingleses caírem. Mas para isso precisa mais ofensividade.

O Manchester United vem como franco favorito e também aposta em uma estrela em boa fase para chegar à próxima fase. Apesar de atuações pouco convincentes nas últimas partidas do Campeonato Inglês, vem com um forte poderio ofensivo. Os quatro jogadores que atuam à frente – Giggs, Rooney, Cristiano Ronaldo e Larsson – estão em boa fase e, se atuarem bem, devem garantir os ingleses na próxima fase. Os pontos fracos são a lateral-direita com o limitado Gary Neville e a inconstância das últimas atuações da equipe.

Liverpool (ING) x PSV (HOL)

O Liverpool não chega com cara de campeão, mesmo após bater o Barcelona, atual campeão da Europa. O futebol da equipe é pouco produtivo, mas em compensação as oportunidades criadas dificilmente são perdidas. Aposta muito na competência tática de seu treinador, que, mesmo armando a equipe, em algumas partidas, com um ou nenhum atacante, tem conseguido resultados interessantes. Defesa forte, meio-campo marcador e ataque fraco. A solução é apostar em um lampejo de Gerrard, melhor jogador da equipe.

De todos os classificados, o PSV é o menos qualificado tática e tecnicamente. Uma equipe absurdamente defensiva e sem nenhuma estrela capaz de arrancar suspiros de seus torcedores ou da crítica. O comandante Ronald Koeman precisará suar a camisa para encontrar uma fórmula de transpor a barreira defensiva do time da terra dos Beatles. A velocidade dos atacantes da equipe holandesa pode a ser única arma para vencer os ingleses, mas talvez seja pouco para garantir um lugar ao sol.

Chelsea (ING) e Valencia (ESP)

O Chelsea vem como favorito, mas esbarra nos problemas de contusão e também na sua desorganização tática nos últimos jogos. A utilização do volante Essien na vaga de John Terry, zagueiro e capitão da equipe, não tem sido proveitosa. Outro problema é a criação de jogadas que não tem sido eficiente, Ballack e Lampard “batem cabeça” e não têm mostrado bom futebol no Campeonato Inglês. Por ter um elenco com muitas peças de qualidade, José Mourinho pode armar uma equipe competitiva. Robben e Drogba em ótima fase são os trunfos do time londrino.

Apesar de uma ter uma equipe equilibrada em todos os setores, o Valencia não tem atuado bem há algum tempo. O ataque com Morientes e David Villa é forte, mas mostra boas atuações somente contra times fracos. A equipe precisa mostrar mais disposição ofensiva se quiser alçar vôos mais altos contra o Chelsea. Se mantiver a postura defensiva utilizada contra a Internazionale, na fase anterior, fica de fora. Do banco de reservas podem sair as surpresas Joaquín e Vicente, que dão muita qualidade à equipe.

Galo sobe, Cruzeiro não emplaca e América decepciona de novo

Por Orozimbo Souza Júnior

Começando pelo final, os inapeláveis 3 a 0 do Atlético sobre o Democrata-SL, além de colocarem o time pela primeira vez no grupo dos quatro que avançam de fase, mostraram uma visível evolução da equipe, que até chegou a preocupar sua torcida no início do Campeonato, e vem subindo. Mesmo assim, a equipe ainda precisa de acertos.

A situação do Cruzeiro continua emblemática. Como time de Minas que fez o maior investimento para a temporada, esperava-se um desempenho muito melhor. Os celestes continuam alternando bons e maus momentos. Mas continuo acreditando na consolidação do time, que, aposto, terminará a fase de classificação na primeira posição.

Enquanto o Cruzeiro oscila, o América mantém seu ritmo, pena que seja de maus resultados. Com a derrota em casa para o Tupi, o Coelho se isolou na lanterna, e não saíra da zona de rebaixamento mesmo que vença o clássico contra o Atlético no fim de semana. Por estar me apreçando, mas não vejo de onde a equipe tirar forças para reverter essa situação e escapar do rebaixamento, infelizmente.

Quanto aos representantes do interior, Ipatinga, Tupi e Democrata-GV continuam demonstrando força. Destes, dois devem fazer companhia a Atlético e Cruzeiro nas finais. Entretanto, digo isso sem muita convicção. O campeonato está muito embolado. Apesar de restarem apenas quatro rodadas para o fim da primeira fase, muita coisa ainda vai acontecer.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Élson vai, sem dizer a que veio

Por Orozimbo Souza Júnior

O meio-campo Élson não faz mais parte dos planos do Cruzeiro. Seu contrato termina em maio, e o time da Toca estuda uma forma de “se livrar” do jogador antes disso, uma vez que o clube alemão Stuttgart
, que detém os direitos do atleta, não aceitou a rescisão de contrato proposta pelo time celeste.

O melhor momento da carreira do atleta foi em 2003, quando ele defendeu o Palmeiras na Série B do Brasileirão. Desde lá, nunca mais apresentou um futebol convincente, e teve passagem apagada na Alemanha e pela Ponte Preta. No Cruzeiro, também ficou devendo, desde que chegou há cerca de um ano.

Uma possível saída para a passagem frustrada de Élson pelo futebol mineiro seria emprestá-lo, o que vem sendo tentado.

Está de parabéns a diretoria do Cruzeiro

Por Orozimbo Souza Júnior

Era para eu ter falado sobre isso anteriormente, mas a falta de tempo impediu. Antes tarde do que nunca.

Esta semana, foi divulgado que o jovem Diogo Mucuri, volante do Cruzeiro, está inválido para o futebol. Em setembro passado, o atleta sofreu um infarto durante em treinamento na Toca da Raposa, e o pior só não aconteceu porque o time celeste conta com ótima estrutura. Prontamente atendido, ele passou por uma bateria de exames, e foi constatada sua inaptidão para o futebol profissional.

Conformado, Diogo seguirá a carreira acadêmica, provavelmente no curso de Educação Física. Boa sorte para ele, que poderá levar uma vida normal, até praticar esportes, mas não com a carga de um atleta profissional.

O fato a se destacar nessa história é a atitude da diretoria cruzeirense. Logo após o incidente com o jogador, aventou-se a possibilidade de ele ter de se aposentar prematuramente. Antes mesmo dos exames, os diretores se apressaram em renovar seu contrato por mais cinco anos, garantido tranqüilidade ao atleta e à sua família, de origem humilde.

Noves fora todas as opiniões sobre o porquê de a diretoria do clube mineiro agir dessa forma, é preciso ressaltar a iniciativa dos cartolas, pois outros, certamente, deixariam, como já deixaram, o atleta ao Deus dará.

Sou muito crítico com relação às atitudes da maioria dos nossos dirigentes, mas faço questão de elogiar o que é feito de maneira correta, como nesse caso.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Convocação pragmática

Por Orozimbo Souza Júnior

O técnico Dunga anunciou hoje lista dos convocados para os amistosos contra o Chile, dia 24, às 12h (de Brasília), em Gotemburgo, e contra a Gana, dia 27, às 15h30 (de Brasília), em Estocolmo, na Suécia.

A lista preserva a maioria dos nomes chamados nos últimos jogos. As exceções são os novatos Ilsinho, do São Paulo, que deve ser mais uma aposta para a Seleção Olímpica, e Josué (São Paulo), que já fazia por merecer essa chance há muito tempo e a grande justiça foi feita com a convocação do lateral-esquerdo Kléber, do Santos, sem dúvida, o melhor da posição no Brasil.

A lista completa é a seguinte:

Goleiro
Helton (Porto-POR) Júlio César (Inter de Milão-ITA)

Zagueiro
Alex (PSV-HOL) Juan (Bayer Leverkusen-ALE) Lúcio (Bayern de Munique-ALE) Luisão (Benfica-POR)

Laterais
Daniel Alves (Sevilla-ESP) Gilberto (Hertha Berlim-ALE) Ilsinho (São Paulo) Kléber (Santos)

Meias
Dudu Cearense (CSKA-RUS) Gilberto Silva (Arsenal-ING) Josué (São Paulo) Mineiro (Hertha Berlin-ALE) Diego (Werder Bremen-ALE) Elano (Shaktar Donetsk-UCR) Kaká (Milan-ITA) Ronaldinho (Barcelona-ESP)

Atacantes
Fred (Lyon-FRA) Rafael Sóbis (Betis-ESP) Robinho (Real Madrid-ESP) Vágner Love (CSKA-RUS)

Considerações sobre uma final

Por Frederico Jota

Mal tinha terminado de enviar mais uma resposta para nosso leitor Angelo quando o tão comentado goleiro do Flamengo Bruno deu mais uma prova de seu descontrole. Em pleno Maracanã, com a importantíssima conquista da Taça Guanabara garantida sobre o poderoso Madureira, eis que o goleirão foi tirar satisfações com os reservas do tricolor suburbano, protagonizando cenas ridículas da turma do deixa-disso correndo para lá e para cá enquanto o resto do estádio comemorava a conquista.

Acho que depois de mais uma dessas, a discussão sobre o comportamento de Bruno nem merece ser mais estendida. Aliás, Bruno, tirando uma gracinha ou outra com os pés, foi muito bem quando exigido ontem. O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, estava no Maracanã e hoje à tarde faz uma nova convocação. E, assim como viu a boa exibição de Bruno, viu a lambança do goleiro depois do jogo.

Mais dois pitacos: impressionante como uma reles decisão de um turno de um estadual tem tanta repercussão e espaço na mídia, por mais tradicional que seja a disputa. A rede detentora dos direitos de transmissão dedicou preciosos minutos de sua programação à entrega da taça e à volta olímpica dos campeões do primeiro turno do Campeonato Carioca.

Para terminar: impressionante como tem sapo em campo em jogos decisivos no Maracanã. Já é uma imagem histórica por lá, mas nada mais fora de moda em um momento em que a Fifa anda passeando pelo país dando uma olhada nas condições dos estádios brazucas.

Como diria o outro, se dei mal

Por Orozimbo Souza Júnior

Apostei no Madureira, e dancei. Confiante no melhor conjunto do Tricolor Suburbano, esqueci-me do quanto o Flamengo cresce em decisões, sobretudo, quando sua torcida, em peso, lota o Maraca.

A conquista da Taça Guanabara dará um pouco mais de tranqüilidade para que Ney Franco possa continuar a desenvolver seu trabalho.

Após a derrota do rubro-negro na primeira partida decisiva, houve comentaristas que começaram a colocar em xeque a capacidade do treinador mineiro.

Os críticos só esqueceram de que o elenco do Flamengo é limitado tecnicamente. Não há como cobrar resultados semelhantes aos dos tempos em que o time contava com Zico.

Ney já fez até muito com o material humano que tem nas mãos. É o segundo título que ele conquista em menos de um ano.

Resposta ao leitor - parte 2

Por Frederico Jota

Queria primeiro agradecer os elogios feitos pelo leitor Angelo e lhe dizer que a importância do que o Bruno fala vale, incomoda ou agrada a todos que gostam e acompanham o esporte, não necessariamente sendo mineiros, mesmo se levando em conta o fato de o jogador ter iniciado sua carreira no Atlético.

Como se trata de um jovem jogador, extremamente talentoso e, na minha opinião, candidatíssimo à Seleção Brasileira, o que ele fala realmente fica em evidência - ainda mais defendendo o clube que defende, o que ele joga e fala ganha realmente mais proporção. Também pelo seu empregador, acho que ele chegará mais rápido ainda à Seleção, por mais que tenha mostrado o mesmo futebol que os mineiros sempre apreciaram desde o início de sua carreira.

Repito que era desnecessário Bruno alfinetar Atlético e Corinthians - uma coisa é fazer provocações bem-humoradas em vésperas de clássicos e jogos decisivos, outra é denegrir algumas insituições, por mais que elas mesmas se empenhem em fazer isso sem precisar da ajuda de ninguém. Bruno deveria pensar antes de falar algumas bobagens, de dar uma bolada no jogador do Madureira como fez domingo (merecia ter sido expulso), entre outras atitudes que podem um dia o colocar no mesmo patamar de jogadores como Edmundo, aqueles, que, são inegavelmente bons de bola, mas que têm a cabeça fraca e que vão deixar para nós, torcedores, a eterna impressão de que poderiam ter feito ainda mais se não fossem tão desequilibrados.

A crítica foi feita ao comportamento do promissor jogador, e não, como o Angelo e algum outro leitor possa ter pensado, às suas palavras e seu tratamento em relação ao Atlético. Que fique bem claro.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Primeira taça será erguida hoje

Por Orozimbo Souza Júnior

O segundo confronto entre Flamengo e Madureira definirá na noite desta quarta o primeiro campeão de 2007. A Taça Guanabara, correspondente ao turno do Campeonato Carioca, garante troféu e vaga na final da competição.

Para o rubro-negro só interessa a vitória. De preferência por dois gols, já que o tricolor suburbano levou a melhor no confronto de domingo, 1 a 0, e joga pelo empate. Em caso de vitória simples do Flamengo, a disputa irá para as cobranças de pênaltis. Nesse caso, aposto na equipe da Gávea, que tem um excelente pegador de penalidades, o polêmico goleiro Bruno.

Mesmo desfalcado de sua dupla de atacantes titular –Marcelo, suspenso, e Valdir Papel, contundido-, aposto no conjunto do Madureira. Pelo que vem demonstrando, o Madura vai garantir o samba no subúrbio esta noite.

Narizes quebrados, péssimos exemplos

Por Orozimbo Souza Júnior

A rodada de ontem da Liga dos Campeões da UEFA teve quatro confrontos, e o que se viu, mais uma vez, foi o futebol burocrático praticado pela maioria das equipes européias. Até aí, nada demais. Entretanto, dois fatos lamentáveis aconteceram nos duelos Valência x Inter de Milão e Lyon x Roma.

Na partida que garantiu a classificação dos espanhóis do Valência à próxima fase, uma batalha campal após o jogo deverá custar uma boa punição para ambas as equipes. No melhor estilo “todos batem, todos apanham, ninguém se machuca”, atletas das dois times se atracavam. Infiltrado entre os integrantes da “turma do deixa disso” apareceu o reserva Navarro, do clube espanhol, e agrediu, por trás, o argentino Burdisso, da Inter. O agressor bateu e correu. O agredido ficou com o nariz faturado.

No outro jogo, o péssimo exemplo foi do brasileiro Fred, do Lyon, ex-América e Cruzeiro. Perdendo por 2 a 0, os franceses pressionavam para diminuir o prejuízo, já que àquela altura a classificação era quase impossível. Numa cobrança de escanteio para o Lyon, em meio ao famoso agarra-agarra, Fred era marcado pelo zagueiro Chivu. Sem mais nem menos, o brasileiro soltou uma cotovelada no adversário, que teve seu nariz espatifado. Nunca vi tanto sangue no rosto de um atleta antes. O atacante que espere pelo belo “gancho” que deverá pegar. Ele merece ainda um puxão de orelhas do técnico da nossa seleção.

Enquanto autoridades lutam para buscar formas conter a violência nos estádios, após ocorrências lamentáveis em jogos na França e na Itália, quem poderia ou deveria dar exemplo não o faz. Até hoje, os envolvidos em um confronto futebolístico, atletas e dirigentes, insistem em ignorar a opinião corrente de que suas atitudes têm o poder de influenciar, para o bem e para o mal, os torcedores.

terça-feira, 6 de março de 2007

Lamentável, simplesmente lamentável

Por Orozimbo Souza Júnior

O presidente do Atlético, Ziza Valadares, concedeu hoje uma entrevista (?) à “Bancada Democrática” do Alterosa Esporte.

As dívidas do Clube, sobretudo as trabalhistas, foram tema principal. Contraídos em administrações passadas, os débitos, segundo o próprio Ziza, são o maior entrave para administrar o Atlético.

Entretanto, o presidente alertou que não fará uma “caça às bruxas”, para apurar responsabilidades. Disse que vai pensar o Galo de agora para frente. Acontece que os cobradores não.

Os que têm a receber do alvinegro, e são muitos, não estão nem aí para saber se foi José ou João quem não cumpriu com suas obrigações, e estão dispostos a receber a todo custo. Não sei de onde sairá o dinheiro, apesar de Ziza ter revelado que há um orçamento de cerca de R$ 4 milhões para quitar dividas em 2007. Pelos números divulgados do rombo no Atlético, isso não dá nem para o começo.

Outra afirmação lamentável foi quanto ao time. “Sou um otimista por natureza. Temos três centroavantes maravilhosos”. Tudo bem que para a situação do Atlético poder contar com Marinho, Vanderlei e Galvão é até razoável. Mas eles estão longe de merecerem tal adjetivação.

Uma coisa, até salutar, é ser otimista. Outra é fechar os olhos para o que todo mundo já sabe: com esse time, o Galo, se tudo der certo, deve ser apenas figurante nas competições importantes deste ano.

“Joelho de Aquiles”

Por Orozimbo Souza Júnior

Semana passada foi Obina, do Flamengo. Neste final de semana, mais quatro jogadores brasileiros sofreram sérias lesões nos joelhos. Ambos devem retornar aos gramados só em 2008.

O maior drama é o de Nilmar, do Corinthians, que mal voltou de uma contusão no joelho esquerdo que o afastou por sete meses dos gramados. Dessa vez, o problema foi no direito, e o atacante ficará no estaleiro por mais oito meses.

Outra baixa foi Kerlon, o foquinha do Cruzeiro, que sofreu lesão semelhante. Tido como grande esperança do futebol brasileiro, o jogador tenta se firmar há uns dois anos, mas as seguidas contusões têm impedido.

O terceiro na lista é o atacante Alemão, do Palmeiras, outra “vítima” do clássico de domingo. Pouco conhecido no futebol brasileiro, o palmeirense teve passagem pelo Coritiba e estava no Japão.

Por fim, o atacante brasileiro Leonardo, 23, do Ajax, que foi para a Holanda ainda jovem, 17 anos, rompeu os ligamentos do joelho em jogo contra o AZ Alkmaar. Bola para ele só ano que vem.

O joelho é um dos maiores, se não o maior, ponto fraco de todos os atletas. Há bem pouco tempo, contusões nesta parte do corpo significavam o fim de carreira para muitos. A medicina evoluiu, e o que significava aposentadoria transformou-se em afastamento por alguns meses.

A maioria dos jogadores retorna bem, apesar de que muitos são sempre rondados pela sombra da desconfiança. Longe de querer ser especialista, acredito que o maior obstáculo para os atletas em recuperação seja o lado emocional, aceitar conviver com o afastamento e toda a carga de trabalho fisioterápico.

Cabe agora desejar que a recuperação de todos aconteça da melhor da forma.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Resposta ao leitor

Por Frederico Jota

Nada mais válido que uma troca de idéias, uma boa discussão sobre futebol para esquentar o blog... (desde que isso não se transforme num bate-boca interminável). Dito isso, aproveito para responder alguns questionamentos feitos pelo leitor Angelo sobre meu texto do dia 4 de março, domingo.

Volto a afirmar que acho Bruno (ou Bruno Souza, como o próprio deseja ser chamado) é um dos melhores goleiros do Brasil, que em breve vai estar na seleção, pelos próprios méritos e também pela vitrine em que está. Reafirmo também que, na minha opinião, Rogério Ceni é melhor com a bola nos pés do que com as mãos - prefiro, entre outros, Bruno a Rogério. Essa seria a única comparação plausível a ser feita. Disse no meu texto que Rogério é bom de marketing e sabe usar isso como poucos, exatamente pela sua inteligência privilegiada em relação aos demais jogadores. O próprio Bruno foi direto ao afirmar que se inspirou no goleiro do São Paulo para entrar em campo contra o Madureira com a camisa reserva do Flamengo. Portanto, não teve qualquer semelhança nas declarações (ou comparação entre elas), conforme nosso leitor observa, e, sim, uma "cópia" da atitude de Rogério por parte de Bruno, nada mais. E isso nem é uma crítica... foi só o relato de um fato.

Obviamente, não se pode medir a qualidade técnica de um jogador através de suas declarações à imprensa, por mais que em alguns casos a qualidade das palavras se reflita em ações mais inteligentes em campo (e fora dele). Mas também não dá para negar que, atualmente, com a infinidade de assessores de imprensa, procuradores e afins, é de uma mediocridade e de uma infantilidade sem tamanho alguns saírem falando tanta besteira por aí. Essa falta de orientação, critério e cuidado na hora de abrir a boca pode fechar algumas portas carreira afora...

Um abraço ao Angelo e aos demais leitores

O medo de perder tirou a chance de ganhar

Por Orozimbo Souza Júnior

Não gosto de usar frases feitas, mas no futebol é difícil abrir mão delas para fazer alguma análise. E é justamente uma idéia pronta a melhor descrição para o que ocorreu no jogo de ontem entre Cruzeiro e América, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro.

Com um começo muito bom, o Coelho foi pra cima da Raposa, teve boas oportunidades e, logo aos 12 minutos, abriu o placar no belo gol de Fabrício Soares.

A partir daí, o que se viu foi recuo desnecessário do América, que partiu para garantir o resultado muito cedo e deixou de acreditar que poderia marcar mais gols. Ao abdicarem do jogo, os americanos chamaram o Cruzeiro, que, mesmo sem demonstrar um bom futebol no primeiro tempo, começou a tomar conta da partida.

Percebendo que o propósito do América era apenas garantir o 1 a 0, o time da Toca voltou com tudo para o segundo tempo e em apenas cinco minutos já havia conseguido virar o marcador para 2 a 1, além de desperdiçar outras oportunidades.

Acuados, dessa vez pelo melhor futebol dos celestes, os americanos só voltaram a criar uma chance nos acréscimos do jogo, quando o zagueiro Gladstone teve que parar com falta (e acabou expulso) uma jogada que fatalmente terminaria no gol dos 2 a 2. Na cobrança frontal, o meia do América Donizeti Amorim jogou para fora a última possibilidade de resultado melhor.

No fim das contas, o placar premiou a superioridade do Cruzeiro, que garantiu a liderança do campeonato, e puniu a covardia do América, que está na lanterna da competição.

domingo, 4 de março de 2007

O boquirroto

Por Frederico Jota

Em tempos de marketing, nada mais normal que qualquer jogador use alguns fatores a seu favor, seja para ganhar pontinhos preciosos com a torcida seja para se promover em tempos de vacas magras. Em alguns casos, o marketing de alguns desses jogadores se sobrepõe às suas qualidades. A lista seria imensa e interminável.

Falando desse assunto, vem à tona a projeção de um jogador que é bom de bola e bom de marketing, mas extremamente infeliz em suas declarações, especialmente ao relembrar sua trajetória no esporte. Falo de Bruno, goleiro do Flamengo. Excelente goleiro e que, até agora, no clube carioca não fez nada negativo que vazasse imprensa afora, como foram comentados seu hipotético fator desagregador de grupos, como ficou marcado em sua passagem pelo Atlético.

Bruno se aproxima da torcida rubro-negra ao se inspirar em Rogério Ceni (outro que, para mim, é bom demais de marketing, mas que é melhor com os pés do que com as mãos) e usar a camisa reserva dos jogadores de linha, mas se distancia do bom senso ao dizer que quer ser chamado de Bruno Souza para deixar para trás seu passado no Galo e no Corinthians. Bruno alega que agora está em um grande clube e por isso tudo mudou.

O cérebro de um jogador de futebol é um mundo difícil de decifrar, portanto não dá para ficar pensando demais em que passou na cabeça de Bruno para falar essa bobagem. O que é de amargar é o desconhecimento, o desrespeito e a falta de noção do jogador ao dizer isso, ainda mais em épocas de assessores disso e daquilo, aqueles que orientam e filtram o que os atletas falam. Bola fora do promissor goleiro, que tem uma carreira em ascensão desde 2005, mas que só a partir de sua mudança para os holofotes rubro-negros é que teve sua qualidade apreciada (e supervalorizada, como qualquer camisa 10 candidato a futuro Zico).

“Essa vitória coloca realmente o Atlético no campeonato”

Por Orozimbo Souza Júnior

Nas palavras do treinador atleticano, a vitória de ontem sobre o Guarani recoloca o Galo no campeonato. Com os 4 a 0, o time saltou da nona para a quarta posição e, temporariamente, ocupa a zona de classificação.

Entretanto, tenho que repetir uma opinião que venho defendendo há um bom tempo. O campeonato segue embolado. Mesmo antes da partida de ontem, não via o Atlético fora da disputa, assim como nenhuma outra equipe.

Tanto é verdade que, dependendo dos resultados de hoje, o alvinegro pode cair para a sétima posição e ficar “longe” da zona de classificação mais uma vez, sem, com isso, sair da disputa. Ao que tudo indica deveremos ter uma briga muito boa nas últimas rodadas, com várias equipes tendo chances de avançar às semifinais.

Noves fora o placar elástico, o Atlético não mostrou tanta evolução quanto algumas opiniões de jogadores ontem após a partida tentaram demonstrar. A equipe ainda precisa de acertos, caso tenha maiores pretensões no estadual, bem como em toda a temporada.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Minas 100% na Copa do Brasil. Destaque é o Villa

Por Orozimbo Souza Júnior

As quatro equipes mineiras que iniciaram a segunda competição mais importante do país avançaram à segunda fase.

Atlético e Cruzeiro enfrentaram adversários modestos. O Galo nem precisou do segundo jogo contra o desconhecido Colo-Colo da Bahia. Já na partida de ida, sem mostrar um bom futebol, não fez mais do que sua obrigação e venceu por 3 a 1.

O time celeste teve um pouco mais de dificuldade e até chegou a assustar sua torcida. Contra o inexpressivo Veranópolis-RS, a Raposa precisou do jogo de volta, após empate no Sul por zero a zero na estréia. Em casa, quando todos esperavam uma goleada, o magro 1 a 0 colocou em xeque, novamente, a capacidade da equipe. Mas o importante é que o Cruzeiro avançou.

O Ipatinga também deu um susto. Na estréia, perdeu no Espírito Santo para o Vitória por 1 a 0. Na volta, só saiu do sufoco nos acréscimos da partida, quando fez 3 a 1 e eliminou os capixabas. O Tigre enfrentará o Palmeiras na segunda fase. Certamente, será a maior pedreira enfrentada pelos mineiros até agora.

Mas o grande destaque de Minas na primeira fase foi o Villa Nova. Contra o adversário mais difícil para todos os clubes mineiros, o Leão mostrou personalidade e venceu a Ponte Preta em Nova Lima (1 a 0) e em Campinas (3 a 2). Seu próximo adversário será o Rio Branco-PR, e as chances de classificação são muito boas.

Com alguns dos principais times brasileiros fora da Copa do Brasil, em virtude da participação na Libertadores, a disputa nos últimos anos tem dado chance a alguns azarões, como Paulista e Santo André. Quem sabe este ano não é a vez do Villa Nova.

Uma troca muito interessante

Por Orozimbo Souza Júnior

Vem sendo noticiado há alguns dias em vários jornais da Europa um possível negócio envolvendo Milan e Real Madrid. O antes inegociável Kaká poderia deixar o time milanês, com destino à Espanha.

Sonho de consumo antigo dos merengues, Kaká seria trocado por três jogadores: Robinho, Diarra e Canavaro. Caso deixe a esfera da boataria e se concretize, essa troca deve ser interessante.

Robinho está sem ambiente no Real e se desvaloriza a cada partida. Em Milão, poderá respirar novos ares, em companhia do grande amigo Ronaldo Fenômeno.

Kaká poderá ter a chance de brilhar em um futebol que sempre privilegia jogadores que conduzem a bola em velocidade, marca principal do craque brasileiro.

Voltando para a Itália, Canavaro pode reencontrar o bom futebol que o consagrou melhor do mundo em 2006, coisa que não foi possível em quase em ano no Real. O malinês Diarra vive situação semelhante, desde saiu do Lyon, não repetindo seu bom futebol.

Poucos negócios feitos no futebol têm a perspectiva de serem bons para todos os envolvidos. Essa possível troca traz um ar de positiva para todos. A conferir.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Não vi e não gostei

Por Rodrigo Rodrigues

Acabo de saber o resultado do segundo jogo entre Cruzeiro e Veranópolis, válido pela Copa do Brasil. Em pleno Mineirão, contra uma inexpressiva equipe, dentro e fora de campo, o time mineiro se classifica com o placar mínimo: 1 a 0. Isso, após ter empatado por 0 a 0 no Rio Grande do Sul. Confesso que não assisti ao jogo de ontem, mas, mesmo assim, não gostei.

Contudo, temos de reconhecer que a diretoria cruzeirense tem um grande aliado nas suas fileiras. Os principais setores da imprensa mineira enaltecem qualquer asneira ou factóide plantado pelos Perrellas com o objetivo de desviar a atenção dos torcedores, a verdadeira massa, às vezes acéfala, para as carências da equipe.

Após a derrota no clássico, por exemplo, a imprensa noticiou que a “volta do meia Alex é praticamente certa”. Bastou isso, para os torcedores se esquecerem de que o time havia sido goleado pelo seu principal adversário. Sucesso de administração e propaganda. Por sua vez, dentro de campo, basta saber quantos lados tem uma bola, (dois: o de dentro e o de fora) para concluir que o Cruzeiro precisa melhorar, e muito, para não repetir a vexatória campanha de 2006.

Faltam à equipe um zagueiro para o lugar do inepto e inapto André Luis, (tínhamos aqui em Minas o excelente Willian, hoje titular absoluto do Grêmio) um meia (Giovane não é o nome. É afobado, corre demais com a bola e o pior: não tem qualidade técnica suficiente e/ou apropriada para assumir essa posição) para assumir o meio-campo cruzeirense ao lado do, até então, improdutivo Marcinho e um atacante que tenha um pouco mais de mobilidade de um “Boneco de Olinda”/’Bonecão do Posto” (Por que não dar uma chance para o Diego Silva? Para que trazer Pedro Júnior e Nenê?).

Outro fato que muito me incomoda no Cruzeiro é o status imerecido atribuído ao Kerlon. Para mim, fruto de mais uma jogada de marketing cruzeirense, dessa feita sem êxito, para trocá-lo por dólares ou euros. O menino pode ser muito bom para a sua idade. Destacou-se na seleção brasileira sub-17 e virou mania nacional por causa do malabarismo que faz com a bola. Mas, desde que o subiram precoce e interessadamente para o profissional, nunca apresentou nada.

No entanto, bastou fazer um belo gol contra o Ituiutaba para tentarem ressuscitá-lo. Menos, por favor!!! O “craque” demorou quase dois anos para marcar um golzinho nos profissionais, mas teve jornalista que, após a sua “grande” atuação contra o time do pontal do Triângulo, sentenciou que o jogador “vive o seu grande momento”. No entanto, até hoje não sei qual é a posição do Kerlon.

Mas isso não é importante. O que vale é fechar os olhos (dos outros), colocar a mão na caneta e enganar a massa.

Que sirva, pelo menos, de exemplo

Por Orozimbo Souza Júnior

Um fato lamentável marcou o clássico entre Bétis e Sevilla, ontem, pela Copa do Rei na Espanha. Ao comemorar o primeiro gol de seu time, o técnico Juande Ramos do Sevilla levou uma garrafada na cabeça, atirada por um torcedor do Bétis.

Ramos foi retirado de campo desacordado, e o jogo acabou suspenso aos 11 minutos do segundo tempo. A Federação Espanhola irá decidir nos próximos dias quais medidas tomar, tanto com relação à agressão, quanto ao resultado da partida.

O mais grave nessa história é que o mau exemplo veio de cima. Dias antes do jogo, os presidentes de ambas as equipes trocaram provocações. O cartola do Sevilla teria usado termos que humilharam o Bétis. Preocupada com as possíveis conseqüências das inconseqüências dos dirigentes, a Federação Espanhola exigiu que o Bétis, mandante da partida, garantisse a segurança de todo o staff do Sevilla. Em represália às ofensas do adversário, o Bétis não se comprometeu a dar tais garantias. O resultado foi quase uma tragédia.

Aqui em Minas, atitudes semelhantes são observadas por parte, principalmente, de dirigentes de Atlético e Cruzeiro. É comum ambos os lados lançarem provocações mútuas, sem se preocuparem com as possíveis conseqüências dessas atitudes que não acrescentam nada.

Esperamos que o ocorrido na Espanha sirva para que os dirigentes mineiros reflitam sobre seus atos. Infelizmente, não acredito que vá acontecer. É só aguardar pelo próximo clássico para conferirmos.