sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

“Clássico é clássico e vice-versa”

Por Guilherme Ibraim

A frase atribuída ao atacante Jardel, que ainda perambula pelo futebol mundial, é cada vez mais verossímil. Não pela carga humorística, mas sim por ressaltar que é um jogo diferente em todos os aspectos de uma partida de futebol. Diante disso, vale explorar todas as armas e declarações dadas por jogadores, comissão técnica e diretoria. No clássico deste sábado, acredito que, em termos de porcentagem, o Cruzeiro tem 55% de chances de vitória contra 45% do Atlético. Obviamente que defendo esta opinião por algumas razões técnicas, táticas e até mesmo extra-campo.

No plano tático o Atlético tem muitos problemas. Apesar dos questionamentos de Levir Culpi sobre o rendimento de Márcio Araújo, ele era senão um primor tecnicamente, ao menos era um jogador adaptado à função de segundo volante e que se entendia muito bem com Rafael Miranda para fazer a cobertura dos laterais do alvinegro. Para substituí-lo Levir precisará de tempo, e isso o Atlético não tem; com isso, o esquema com três volantes e apenas Marcinho na criação de jogadas transforma-se em um 4-4-2 ou até mesmo em 4-3-3, com Danilinho podendo atacar pelo lado esquerdo do campo. No mais a única novidade em relação ao time campeão da Série B é na lateral-direita, o que deve garantir uma velocidade maior ao time.

Do lado Cruzeirense a parte tática está um pouco melhor resolvida, mas ainda existem dois problemas. O primeiro é a definição na zaga, de quem é o quarto zagueiro e quem é o zagueiro central. Tanto André Luís quanto Gladstone têm características semelhantes e pouca velocidade para sair no combate a jogadores rápidos e que jogam pelas pontas, o que pode facilitar a vida atleticana. Outro ponto que ainda precisa ser melhor aprimorado é a cobertura aos avanços dos laterais do Cruzeiro, especialmente de Gabriel. Na teoria e nas palavras dos jogadores está tudo acertado: quando um lateral sobe outro fica, e quando um dos dois volantes sobe, o outro faz a cobertura. Só que isso ainda não foi testado com um ataque de maior qualidade. A versatilidade de Élson e Ricardinho para chegar ao gol adversário precisa ser muito bem contida para não deixar brechas à frente da defesa.

No quesito elenco, vitória para o Cruzeiro. Cada posição tem ao menos uma peça de qualidade para a substituição, caso necessária, ou até mesmo para uma mudança de esquema durante a partida. Ao atlético sobram peças no meio-campo, mas na defesa e ataque há uma diferença técnica muito alta. No quesito motivação, sobra vontade ao Atlético, tanto pela situação crítica na tabela quanto pela pressão de torcedores durante a semana. Já no Cruzeiro, a força-motriz do time vem da badalação em cima do "time de estrelas" e também das apresentações já vistas pelo torcedor no Campeonato Mineiro.

As apostas estão feitas e agora só resta aguardar a bola rolar e torcer para que as manifestações violentas presenciadas nas bilheterias e nas ruas de Belo Horizonte não sejam vistas no decorrer do maior clássico das Minas Gerais.

Com Riquelme, a coisa muda de figura

Por Orozimbo Souza Júnior

Vou voltar a falar de Libertadores porque, em um texto anterior, disse que apostava em mais uma conquista brasileira este ano. Continuo apostando, mas não com a mesma confiança.

É que a maior pedra no sapato dos times brasileiros na competição, o Boca Juniors, acaba de acertar a contratação do ótimo Juan Román Riquelme. De acordo com matéria publicada no Lancenet hoje, o Villarreal da Espanha, que tem contrato com o meia até 2009, emprestou o jogador à equipe argentina até junho de 2007.

Sem dúvida, é a maior contratação de uma equipe sul-americana nesta temporada. O Boca é muito forte em Libertadores, e com esse reforço de peso tem tudo para dar mais dor de cabeça aos brasileiros.