segunda-feira, 12 de março de 2007

Analisando a Liga dos Campeões

Por Guilherme Ibraim

O sorteio das quartas-de-final da Liga dos Campeões da UEFA já começou a mostrar as equipes favoritas na disputa do título de “Rei da Europa”. Tanto pelo futebol apresentado por alguns times quanto pelos cruzamentos que vão acontecer nesta fase e que levarão às semifinais da competição. Abaixo algumas análises sobre os jogos.

Bayern de Munique (ALE) x Milan (ITA)

Confronto equilibrado mais pela tradição do que pelo futebol apresentando pelas duas equipes durante a temporada atual. Mesmo com o foco na competição, já que não tem chances de conquistar o Calcio, Carlo Ancelotti, treinador milanês, insiste em manter apenas um atacante e Kaká como homem de apoio ao ataque. Pouco para quem quer ser campeão e vai enfrentar uma defesa bem montada. No Campeonato Italiano, ele tem Ronaldo, na Liga, Gilardino. Disparidade é a palavra.

O Bayern aposta muito na força de um conjunto para arrancar a sua classificação. Lúcio em boa fase e os alemães da nova geração, Schweinsteiger e Podolski, são as armas da equipe bávara para vencer os milaneses. Otmar Hitzfelt, técnico do Bayern, sabe armar equipes com muita marcação e dando ênfase no jogo aéreo. Levando-se enconta a idade do setor defensivo dos italianos, se apostar em um jogo veloz, pode levar sua equipe às semifinais.

Roma (ITA) x Manchester (ING)

Uma das surpresas da competição, depois de bater os franceses do Lyon, os italianos vão com motivação extra para as quartas-de-final. A aposta principal é na qualidade individual de dois jogadores: Totti e Mancini. Eles, inclusive, marcaram os gols que classificaram a equipe. Pelo futebol que vem mostrando no Campeonato Italiano, não será surpresa se os ingleses caírem. Mas para isso precisa mais ofensividade.

O Manchester United vem como franco favorito e também aposta em uma estrela em boa fase para chegar à próxima fase. Apesar de atuações pouco convincentes nas últimas partidas do Campeonato Inglês, vem com um forte poderio ofensivo. Os quatro jogadores que atuam à frente – Giggs, Rooney, Cristiano Ronaldo e Larsson – estão em boa fase e, se atuarem bem, devem garantir os ingleses na próxima fase. Os pontos fracos são a lateral-direita com o limitado Gary Neville e a inconstância das últimas atuações da equipe.

Liverpool (ING) x PSV (HOL)

O Liverpool não chega com cara de campeão, mesmo após bater o Barcelona, atual campeão da Europa. O futebol da equipe é pouco produtivo, mas em compensação as oportunidades criadas dificilmente são perdidas. Aposta muito na competência tática de seu treinador, que, mesmo armando a equipe, em algumas partidas, com um ou nenhum atacante, tem conseguido resultados interessantes. Defesa forte, meio-campo marcador e ataque fraco. A solução é apostar em um lampejo de Gerrard, melhor jogador da equipe.

De todos os classificados, o PSV é o menos qualificado tática e tecnicamente. Uma equipe absurdamente defensiva e sem nenhuma estrela capaz de arrancar suspiros de seus torcedores ou da crítica. O comandante Ronald Koeman precisará suar a camisa para encontrar uma fórmula de transpor a barreira defensiva do time da terra dos Beatles. A velocidade dos atacantes da equipe holandesa pode a ser única arma para vencer os ingleses, mas talvez seja pouco para garantir um lugar ao sol.

Chelsea (ING) e Valencia (ESP)

O Chelsea vem como favorito, mas esbarra nos problemas de contusão e também na sua desorganização tática nos últimos jogos. A utilização do volante Essien na vaga de John Terry, zagueiro e capitão da equipe, não tem sido proveitosa. Outro problema é a criação de jogadas que não tem sido eficiente, Ballack e Lampard “batem cabeça” e não têm mostrado bom futebol no Campeonato Inglês. Por ter um elenco com muitas peças de qualidade, José Mourinho pode armar uma equipe competitiva. Robben e Drogba em ótima fase são os trunfos do time londrino.

Apesar de uma ter uma equipe equilibrada em todos os setores, o Valencia não tem atuado bem há algum tempo. O ataque com Morientes e David Villa é forte, mas mostra boas atuações somente contra times fracos. A equipe precisa mostrar mais disposição ofensiva se quiser alçar vôos mais altos contra o Chelsea. Se mantiver a postura defensiva utilizada contra a Internazionale, na fase anterior, fica de fora. Do banco de reservas podem sair as surpresas Joaquín e Vicente, que dão muita qualidade à equipe.

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