sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Dirigente brincalhão

Por Orozimbo Souza Júnior

A falta de seriedade, uma marca registrada da grande maioria dos dirigentes do futebol brasileiro, parece não estar restrita aos cartolas do nosso país.

Após o Flamengo declarar, numa atitude correta, que irá recorrer à Fifa para pedir a proibição de jogos em cidades com altitude como Potosí, na Bolívia, onde o rubro-negro estreou na Libertadores, um dirigente do clube boliviano deu uma declaração, no mínimo, infeliz.

O diretor Ângelo Pórcel teria declarado que os bolivianos não aceitarão disputar a partida contra o Rubro-negro, no Rio, por causa dos fatores climáticos e ambientais da Cidade Maravilhosa. “Pediremos para não jogar no calor porque, para nós, os mosquitos e a umidade são insuportáveis”, comentou Pórcel ao jornal La Razón. “Isso nos afeta quando saímos da nossa altitude”, completou.

Os especialistas asseguram que a falta de adaptação à altitude provoca sérios males, não só aos atletas, mas a todos que são sujeitos a ela. Infelizmente, as autoridades só deverão tomar uma atitude quando o pior acontecer. Enquanto isso somos obrigados a engolir ironias como as do senhor Pórcel.

Com informações do Portal IG.

Dois ídolos a caminho. Será????

Por Orozimbo Souza Júnior

Atleticanos e cruzeirenses receberam ótimas notícias antes da pausa para o carnaval. De acordo com o noticiário esportivo, dois dos maiores ídolos da história recente dos clubes podem voltar para casa.

Na Cidade do Galo, Marques, atualmente no Japão, pode ser reforço no segundo semestre. É provável que esse retorno aconteça. O jogador, que já passou dos 34 anos, nunca escondeu o desejo de regressar ao clube no qual viveu a melhor fase da sua carreira. Além disso, seu procurador, Aurélio Dias, tem um trânsito muito bom nos bastidores do Atlético.

Pelos lados da Toca II, a boa nova é a possível volta do meia Alex, atualmente no Fenerbahçe, da Turquia. O Talento estaria insatisfeito com o tratamento recebido da diretoria da equipe turca e com um clima ruim entre os jogadores.

Para falar a verdade, como diria o outro, eu só acredito vendo. Alex tem um altíssimo salário na Turquia e, certamente, tem mercado na Europa. Dificilmente estaria disposto a adequar sua remuneração à realidade do nosso futebol, que, nem de longe, tem condições de competir com os europeus.

Que jogar no Cruzeiro é uma honra para qualquer jogador, não resta dúvida. Mas é preciso analisar em quais condições. Com 29 anos, o meia ainda pode conseguir um bom contrato no exterior. E, convenhamos, se ele for perguntado sobre o desejo de voltar a defender o time azul, certamente, dirá que sim, o que não significa que sua volta é garantida.

Com a cara da Libertadores

Por Frederico Jota

Aqueles mais preocupados em saber se o Flamengo está incomodado com a altitude, se Eurico Miranda se irrita com o assédio do Fluminense a Renato Gaúcho ou ainda se Edmundo vai defender ou não o Palmeiras contra o Rio Claro, ou seja, a turma que se fixa no noticiário bairrista supervalorizado pela nossa mídia, com certeza não viu dois times brasileiros em campo pela Libertadores na quinta-feira à noite.

Primeiro foi o Paraná, estupidamente desprezado pela emissora detentora dos direitos de transmissão do torneio. O time de Curitiba, carrasco histórico do Flamengo (seu adversário de grupo, o que indica transmissões pela tal detentora), passeou em campo e venceu o Maracaibo por 4 a 2, fora de casa. O mesmo Maracaibo que encarou o campeão Inter no ano passado e arrancou um empate do Colorado. Não acredito que o Paraná vá disputar o título, mas merece uma observada e merece também os parabéns por conseguir organizar e reestruturar um clube e uma equipe que até pouco tempo só lutava para não ser rebaixada no Campeonato Brasileiro. Um exemplo a ser seguido por uns grandões Brasil afora.

Depois entrou em campo o Grêmio, a equipe brasileira que mais tem a cara da Libertadores, por mais que tentem enfiar goela abaixo que o São Paulo é o brazuca mais identificado com a competição. Em um jogo típico do tricolor gaúcho, teve de tudo: cadeiras arremessadas no gramado (e, consequentemente, nenhuma punição da inoperante Conmebol), faltas duras, trombadas e raça, muita raça. O Grêmio venceu o Cerro Porteño por 1 a 0 em Assunção, gol do excelente Lucas, mostrou uma equipe coesa e bem montada, que joga com o coração na ponta da chuteira. No último minuto, outro ótimo jogador, o goleiro argentino Saja, defendeu um pênalti com maestria. Com um elenco simples mas muito bem treinado, o Grêmio pode manter a tradição de cumprir boas campanhas e disputar o título. Outro exemplo de reorganização estrutural, fortalecida ainda por uma torcida fanática, a mesma recordista de público na Série A do Brasileiro do ano passado e a mesma que ocupou boa parte do estádio no Paraguai, fato pouco comentado pela mídia cega, surda e muda.