Por Orozimbo Souza Júnior
É impressionante como, no Brasil, muitas pessoas têm verdadeiro incômodo com o sucesso alheio. Isso se aplica ao caso da busca pelo milésimo gol do baixinho Romário. Desde que o jogador começou a se aproximar do objetivo, muitos críticos levantaram a voz para contestar, às vezes usando de ironia, o feito em eminência de ser alcançado.
As justificativas utilizadas pelos contestadores só reforçam minha certeza de que as opiniões lançadas contra a empreitada do atleta têm propósito de reduzir o mérito do principal responsável pela conquista de uma de nossas cinco Copas do Mundo. Vamos ao que dizem, invariavelmente, alguns dos detratores de Romário.
Primeiro, muitos insistem em dizer: “milésimo gol, de acordo com as contas do Romário”. Neste caso, a lista apresentada pelo jogador leva em consideração alguns marcados pelas categorias de base do Olaria, do Vasco e pelas Seleções Brasileiras não profissionais. A contra-lista dos críticos reduz em 70 ou 80 os tentos computados pelo jogador.
Outra corrente de contestação questiona a qualidade dos adversários enfrentados pelo baixinho. “Fazer gol em Madureira, Friburguense, Nova Iguaçu e outros é mole”. Façam-me o favor. Todos esses times disputam campeonatos profissionais. Gols contra eles valem, sim. Já que aqui se tenta reduzir os méritos dos gols, por terem sido marcados em adversários menos qualificados, seria justo, da parte dos contestadores, então, atribuir peso 2 aos gols marcados pela Seleção Brasileira e nos diversos clássicos que o jogador disputou, sobretudo na Europa.
Por fim, muitos insistem em querer comparar Romário com Pelé, para dizer, outra vez, que o feito do Baixinho não vale. “Pelé tem mais de 1.200 gols. O gol 1.000 fez com apenas 29 anos”. Ao buscar o milésimo gol, Romário não pretende se equiparar a Pelé, nem precisa disso. Ele, apenas, quer deixar seu nome na história, como um dos poucos a conseguir a façanha. É impossível comparar os dois craques. Primeiro porque jogaram em épocas e funções diferentes, segundo porque Pelé é Pelé, e Romário, mesmo não admitindo, sabe disso.
Quero finalizar minha opinião com os olhos de um fanático por futebol. Este é um momento raro na história do esporte. Estamos a cinco gols de presenciar um feito que minha geração nunca viu e que, talvez, nunca mais veja. Então, força, Baixinho. Queremos o milésimo. E continue jogando, enquanto se sentir motivado e em condições físicas.
quarta-feira, 14 de março de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Com a devida vênia, não concordo com o ilustre blogueiro.
Se, realmente, pouco importa quais sejam os adversários contra os quais Romário marcou gols (afinal, ele foi useiro e vezeiro em marcar contra equipes grandes, isto para não falar nos gols assinalados em Copas do Mundo), não vejo como desconsiderar o argumento de que os 1.000 gols a serem celebrados pelo artilheiro não são, na verdade, exatamente 1.000.
Afinal, todos os órgãos de imprensa que se dedicaram seriamente a contabilizar os gols do Baixinho excluem aqueles marcados como amador, afora os que nem marcados parecem ter sido (pois, segundo a revista Placar, há alguns jogos que nem realizados foram).
Portanto, parabéns pelo Romário, por seu enorme número de gols, pela carreira vitoriosa e pelo seu carisma que, bem ou mal, conquistou a torcida brasileira. Esse é seu mérito, que não há como reduzirmos.
Mas comemorar os 1.000 gols pode ser um objetivo dele, nunca uma verdade aceita sem objeções.
Meu nome é Angelo.
Com a devida vênia, não concordo com o ilustre blogueiro.
Se, realmente, pouco importa quais sejam os adversários contra os quais Romário marcou gols (afinal, ele foi useiro e vezeiro em marcar contra equipes grandes, isto para não falar nos gols assinalados em Copas do Mundo), não vejo como desconsiderar o argumento de que os 1.000 gols a serem celebrados pelo artilheiro não são, na verdade, exatamente 1.000.
Afinal, todos os órgãos de imprensa que se dedicaram seriamente a contabilizar os gols do Baixinho excluem aqueles marcados como amador, afora os que nem marcados parecem ter sido (pois, segundo a revista Placar, há alguns jogos que nem realizados foram).
Portanto, parabéns pelo Romário, por seu enorme número de gols, pela carreira vitoriosa e pelo seu carisma que, bem ou mal, conquistou a torcida brasileira. Esse é seu mérito, que não há como reduzirmos.
Mas comemorar os 1.000 gols pode ser um objetivo dele, nunca uma verdade aceita sem objeções.
Meu nome é Angelo.
Corrigindo:
Parabéns ao - e não pelo - Romário.
Ângelo,
definitivamente, a lista do Romário é controversa. Mas, mesmo excetunado-se gols e jogos, digamos, duvidosos, ele continuará com um excelente retrospecto.
O milésimo gol, creio, poderia ser simbólico por causa disso. Pra mim, será a marca do desfecho de uma carreira brilhante.
Mais uma vez, reitero que se ele marcou gols contra times inexpressivos, mas que são profissionais, os gols valem sim, e não devem ser menosprezados.
Já que o parâmetro é Pelé, o rei mesmo marcou muitos gols contra Jabaquara, São Bento de Sorocaba, Ferroviária e outros.
Grande abraço e continue participando do Blogueiros.
Prezado Orozimbo,
quanto aos gols contra times inexpressivos, concordo com sua opinião. Gol conra o Jabaquara, o Madureira, o Real Madri, o Flamengo e mesmo o glorioso Clube Atlético Mineiro, desde que disputado em jogos profissionais, devem ser contados indistintamente.
Só que, para mim, os 1.000 gols são importantes, para denotar o potencial artilheiro de um jogador, quando marcados exatamente em jogos realmente existentes (por óbvio, e é sempre bom lembrar que o Baixinho andou inventando umas partidas na Holanda) e realizados entre equipes profissionais, em jogos oficiais (não vale jogo treino, nem partida no infantil do Olaria).
Do contrário, posso afirmar, sem medo, que sou um dos grandes artilheiros do país, tendo em vista minha média de 5 jogos por pelada e considerando que, aos 32 anos, já disputei certamente mais de 100...
De qualquer forma, concordo plenamente que o Romário foi um craque espetacular, um dos maiores que já vi jogar.
Abraço.
Meu nome é Angelo.
Romário incomoda tanto pq além de tentar trazer o marketing para o final de sua carreira, representa, para tristeza dos jornalistas brasileiros, que insistem em tentar vender jornais apoiados no talento de cabeças de bagre, a falência total do futebol nacional.
Nem que fossem 100 gols. Romario merece crédito pela excelência e eficiência com que desempenha seu papel. E não adianta os fãs do Pelé darem pitis por aí. Se gol contra segurança valeu na conta, tratem de considerar os gols da categoria de base do Romário também. Cambada de malas.
Postar um comentário