segunda-feira, 26 de março de 2007

“Quadrado mágico”, o verdadeiro, volta a brilhar

Por Orozimbo Souza Júnior

Quando surgiu a expressão “quadrado mágico”, para se referir aos quatro homens de frente da nossa Seleção, fui um dos entusiastas da idéia. Embora, sempre achasse que, para ser de fato mágico, o quadrado não poderia ter Ronaldo e Adriano juntos, principalmente se eles estivessem fora de forma, como na última Copa.

No sábado, contra o Chile, o técnico Dunga escalou o time com uma formação que eu defendo. Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Fred na frente. A Seleção passeou em campo e fez fáceis 4 a 0. Tudo bem que a equipe chilena não é, nem nunca foi, grandes coisas. Haja vista ter sido ela vítima do mesmo quadrado nas Eliminatórias para 2006, perdendo por 5 a 0.

Mas o Chile também não é nenhum “cachorro morto”. Tanto é verdade que, em campo, os chilenos contavam com mais jogadores que atuam no futebol brasileiro do que nossa Seleção, dois atletas deles contra nenhum nosso. Valdívia e Maldonado, sem dúvida, têm lugar em qualquer equipe do nosso futebol hoje.

No entanto, o que me preocupa são alguns rumores que ouvi na imprensa, nas inúmeras análises do jogo. Muitos jornalistas afirmaram que Dunga só escalou esse time porque foi pressionado pelos patrocinadores da CBF. Isso, se verdade, é um absurdo, por dois motivos. O primeiro é que a torcida pode ficar criar uma expectativa que logo poderá ser desfeita, caso o treinador tenha total autonomia para escalar. O outro motivo, muito mais preocupante, é que Dunga, ao se sujeitar às exigências de patrocínios, estará agindo somente para assegurar sua vaga no comando da Seleção, deixando de colocar em prática suas convicções.

Repito que isso são rumores. Mas é bom ficar de olhos bem abertos, porque onde há fumaça, há fogo. Todos sabemos, não de hoje, que o futebol virou um grande negócio, no qual o espírito competitivo fica em segundo plano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em minha opinião, o fato de a seleção do Chile ter 2 jogadores atuando no Brasil contra nenhum brasileiro em igual situação expõe mais a fragilidade do futebol praticado em nosso país do que a força do chileno. Até mesmo porque, ao que me parece, se Maldonado e Valdívia fosse realmente tão bons, estariam atuando em times europeus.