domingo, 4 de março de 2007

O boquirroto

Por Frederico Jota

Em tempos de marketing, nada mais normal que qualquer jogador use alguns fatores a seu favor, seja para ganhar pontinhos preciosos com a torcida seja para se promover em tempos de vacas magras. Em alguns casos, o marketing de alguns desses jogadores se sobrepõe às suas qualidades. A lista seria imensa e interminável.

Falando desse assunto, vem à tona a projeção de um jogador que é bom de bola e bom de marketing, mas extremamente infeliz em suas declarações, especialmente ao relembrar sua trajetória no esporte. Falo de Bruno, goleiro do Flamengo. Excelente goleiro e que, até agora, no clube carioca não fez nada negativo que vazasse imprensa afora, como foram comentados seu hipotético fator desagregador de grupos, como ficou marcado em sua passagem pelo Atlético.

Bruno se aproxima da torcida rubro-negra ao se inspirar em Rogério Ceni (outro que, para mim, é bom demais de marketing, mas que é melhor com os pés do que com as mãos) e usar a camisa reserva dos jogadores de linha, mas se distancia do bom senso ao dizer que quer ser chamado de Bruno Souza para deixar para trás seu passado no Galo e no Corinthians. Bruno alega que agora está em um grande clube e por isso tudo mudou.

O cérebro de um jogador de futebol é um mundo difícil de decifrar, portanto não dá para ficar pensando demais em que passou na cabeça de Bruno para falar essa bobagem. O que é de amargar é o desconhecimento, o desrespeito e a falta de noção do jogador ao dizer isso, ainda mais em épocas de assessores disso e daquilo, aqueles que orientam e filtram o que os atletas falam. Bola fora do promissor goleiro, que tem uma carreira em ascensão desde 2005, mas que só a partir de sua mudança para os holofotes rubro-negros é que teve sua qualidade apreciada (e supervalorizada, como qualquer camisa 10 candidato a futuro Zico).

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito em breve ele dará bom dia
a cavalo e montará uma banda de rock.

Anônimo disse...

Evidentemente, o Bruno não é bom com as palavras. Como, aliás, a maioria dos jogadores de futebol.
Todavia, não vejo tanta importância, seja para Flamengo, seja para Atlético, nas suas declarações. Afinal, o rubro-negro carioca deve se preocupar com suas atuações, as quais, salvo engano, têm sido boas, condizentes com o excelente goleiro que é. Já para o Galo pouco importa se ele ama ou odeia o clube, pois a água já passou debaixo da ponte e ele não é mais arqueiro de seu time.
Ouso discordar do ilustre blogueiro quanto ao Rogério Ceni, pois o tenho como excelente goleiro (hoje, o melhor do Brasil, atuando aqui e alhures) e profissional. Ele é realmente bom nas entrevistas, circunstância que, antes de ser um defeito, me parece qualidade.
Cabe ver, aliás, que não há qualquer semelhança entre as declarações do Bruno (felizes ou infelizes) e as do Rogério, pois o primeiro parece mal conhecer o significado das palavras que usa, ao passo que o segundo é muito bem esclarecido.
Por outro lado, entendo que ser bom de entrevista não é parâmetro para se medir a qualidade de um atleta. Vejamos o exemplo do Rafael Miranda, do Atlético, muito saliente em suas declarações mas com um futebolzinho bem pequeno. Bruno (péssimo entrevistado) e Rogério (bom em declarações), por sua vez, são excelentes goleiros e dignos de vestir a camisa dos clubes que defendem (Mengão e Tricolor paulista) e mesmo da Seleção Canarinho.
P.S. não sei assinar estes comentários, então assino aqui: Angelo.