Por Frederico Jota
Fosse em outros campos, dos pequenos e surrados protótipos de gramados que existem na Baixada Fluminense até aos propalados estádios de 'primeiro mundo' do interior paulista, e o que acontece no Rio Grande do Sul estaria estampado em todas as primeiras páginas de jornal, o Jornal Nacional daria meia hora de seu horário nobre e por aí vai...
Falo da incrível trajetória de vitórias do Grêmio, o mesmo time que defendi há uma semana aqui no blog e que foi motivo de algumas críticas. Primeiro, deixo bem claro que não sou torcedor do Grêmio, mas também não sou cego. O melhor início de temporada de um grande clube brasileiro em 2007 deve ser, sim, aplaudido. São oito vitórias em oito jogos, um deles uma batalha contra o Cerro Porteño pela Libertadores. Foram 24 gols marcados e dois sofridos.
Vão falar por aí que o Campeonato Gaúcho é isso e aquilo, mas será que algum time dos "grandes centros" são tão melhores assim que os demais interioranos do Sul ou de Minas? Só para se ter uma idéia, o Madureira, semifinalista da prestigiada Taça Guanabara e autor de inapeláveis 4 a 1 no Todo-Poderoso Flamengo, perdeu em casa, na Copa do Brasil, por 3 a 2, para o misto do Figueirense, vice-lanterna do Campeonato Catarinense. Acho que é um bom parâmetro para se medir as coisas.
Elogiar - e acompanhar - o Grêmio é abrir os olhos para o que acontece no futebol em todo o país. Um clube que saiu de uma quase falência e da segunda divisão para, em menos de dois anos, brilhar e demonstrar acertos das contratações à captação de sócios e outros fatores, merece, sim o crédito. Como merece o Inter, que não caiu para a Série B, mas se reergeu com a força de um gigante, virou modelo e é campeão da América e do mundo - título muito menos incensado que o do São Paulo de um ano antes (também merecido e conquistado por um clube digno de muitos elogios).
sábado, 24 de fevereiro de 2007
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2 comentários:
Essa valorização da Taça Guanabara me intriga. Somos nós, mineiros, críticos demais com o nosso produto futebolístico, ou são os cariocas os que preferem fechar os olhos para a realidade e investir pesado na venda de jogos sofríveis de formigas contra besouros?
E continuo afirmando:
Renato Gaúcho coisa nenhuma.
Tão enganador quanto o Rijkaard e quanto seria, se tivessem insistido, Edevair Farias (pai do Romário).
Já cometi o erro de valorizar o trabalho do Luxemburgo, mas, hoje, com segurança, boto a mão no fogo pelo trabalho do Felipão (Portugal) e do Arsene Wenger (Arsenal). Ney Franco talvez, ainda quero ver mais.
A campanha do Grêmio merece ser laureada, sim. Especialmente se considerarmos a circunstância de o time ter jogado a segundona do Brasileiro há 2 anos. Aliás, como bem destacou o ilustre blogueiro (palavra horrorosa, diga-se de passagem), tanto o tricolor gaúcho quanto seu arqui-rival colorado têm dado bons exemplos de administração.
Só tenho minhas dúvidas quanto à durabilidade disto. Não tenho elementos para dizer que Grêmio e Internacional adotaram medidas que se perpetuarão no tempo, mas, considerando o histórico dos times brasileiros, fica sempre a pulga atrás da orelha.
Por fim, creio que já é passada a hora de os cronistas mineiros pararem de se lamuriar acerca do comportamento da imprensa de Rio e São Paulo...ora, se a Taça Guanabara, o campeonato paulista ou qualquer outro campeonato tem pouca importância, basta não lhes dar atenção, exatamente o contrário do que nós todos fazemos.
Eu, por exemplo, não posso deixar de reconhecer que estou interessado nas finais entre Flamengo e Madureira, muito mais do que estou no nosso campeonato mineiro.
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