Por Frederico Jota
Aqueles mais preocupados em saber se o Flamengo está incomodado com a altitude, se Eurico Miranda se irrita com o assédio do Fluminense a Renato Gaúcho ou ainda se Edmundo vai defender ou não o Palmeiras contra o Rio Claro, ou seja, a turma que se fixa no noticiário bairrista supervalorizado pela nossa mídia, com certeza não viu dois times brasileiros em campo pela Libertadores na quinta-feira à noite.
Primeiro foi o Paraná, estupidamente desprezado pela emissora detentora dos direitos de transmissão do torneio. O time de Curitiba, carrasco histórico do Flamengo (seu adversário de grupo, o que indica transmissões pela tal detentora), passeou em campo e venceu o Maracaibo por 4 a 2, fora de casa. O mesmo Maracaibo que encarou o campeão Inter no ano passado e arrancou um empate do Colorado. Não acredito que o Paraná vá disputar o título, mas merece uma observada e merece também os parabéns por conseguir organizar e reestruturar um clube e uma equipe que até pouco tempo só lutava para não ser rebaixada no Campeonato Brasileiro. Um exemplo a ser seguido por uns grandões Brasil afora.
Depois entrou em campo o Grêmio, a equipe brasileira que mais tem a cara da Libertadores, por mais que tentem enfiar goela abaixo que o São Paulo é o brazuca mais identificado com a competição. Em um jogo típico do tricolor gaúcho, teve de tudo: cadeiras arremessadas no gramado (e, consequentemente, nenhuma punição da inoperante Conmebol), faltas duras, trombadas e raça, muita raça. O Grêmio venceu o Cerro Porteño por 1 a 0 em Assunção, gol do excelente Lucas, mostrou uma equipe coesa e bem montada, que joga com o coração na ponta da chuteira. No último minuto, outro ótimo jogador, o goleiro argentino Saja, defendeu um pênalti com maestria. Com um elenco simples mas muito bem treinado, o Grêmio pode manter a tradição de cumprir boas campanhas e disputar o título. Outro exemplo de reorganização estrutural, fortalecida ainda por uma torcida fanática, a mesma recordista de público na Série A do Brasileiro do ano passado e a mesma que ocupou boa parte do estádio no Paraguai, fato pouco comentado pela mídia cega, surda e muda.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
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6 comentários:
Até que existe uma boa vontade com relação ao Lucas do Grêmio. O problema é que o discurso segue na valorização individual, com comentários do tipo "O Grêmio DO volante Lucas", "Grêmio ganha graças a um gol do volante Lucas", e por aí vai.
O Grêmio jogou muita bola, mas a turma está ocupada demais em cobrir, com exclusividade, os esperneios do sr. Eurico Miranda.
Parabéns pelo texto...realmente já está ficando cansativo (pra não dizer outra coisa), o total desprezo com que a imprensa do "Eixo" trata os times do Sul...é dose ter que ficar aguentando comentários sobre as novas peripércias do Sr. Eurico ou outras notícias bairristas do gênero, enquanto times do Sul tiveram grandes triunfos e não tem o mínimo de destaque...ao contrário do que acontece se algum time do RJ ou SP, por exemplo...se o SPFC tivesse vencido o "possante" Audax Italiano / CHI, estaria nas manchetes: "TRICOLOR ARRANCA PARA O TETRA EM GRANDE ESTILO" e coisas do tipo...fazer o que...é sempre assim, infelizmente nós não somos merecedores de maior atenção da mídia do que a indefinição do Renato Gaúcho se vai continuar dirigindo o Vasco, vai para o Fluminense ou se vai voltar a jogar ao lado do Romário...
Com o devido respeito, dizer que o Grêmio é mais identificado com a Libertadores do que o São Paulo é, no mínimo, uma temeridade. Qual o critério usado para esta afirmação? Aliás, o que torna um clube identificado com uma competição? Ou mesmo o que importa a identificação?
Objetivamente, o São Paulo é Tricampeão e o Grêmio Bicampeão.
Acrescentando ao comentário anterior: ao que consta, a mídia "cega, surda e muda" também não viu, não escutou e não falou que a torcida do Grêmio envolveu-se em conflito com a do Cerro, arrancando cadeiras e atirando-as para a área dos adversários.
Esclareço: não tenho nada contra o Grêmio, aliás, sou-lhe até simpático. Mas sempre acho que todos essas acusações de bairrismo contra a imprensa deste ou daquele Estado fundamentam-se também em partidarismo, seja clubístico ou estadual, do acusador.
Ok, anônimo,
vamos chorar então com o Obina
sem ar na altitude.
O pior é que, segundo li, o Obina se contundiu no jogo de domingo...vai desfalcar o flamengo por um bom tempo.
Por outro lado, pobre do time em que o Obina é desfalque.
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