Por Frederico Jota
A cada vez que o assunto envolvendo possíveis partidas de Atlético ou Cruzeiro no Independência vem à tona, meu estômago embrulha. O simpático estádio do Horto deveria ser tombado, ou coisa semelhante, pelo seu papel no passado do futebol mineiro e por ter abrigado a Copa de 1950, sendo o palco, inclusive, do inusitado Estados Unidos 1 x 0 Inglaterra. Pronto, acabou.
Não existe a mínima condição de ser uma partida com expectativa de público superior a duas mil pessoas no lugar. Estive presente na partida entre Villa Nova e América e o que vi foi ridículo. Além dos problemas habituais do estádio (desconforto, visão ruim do campo para alguns torcedores, arquibancadas de concreto, péssimas opções para estacionar o carro, cerveja quente, vestiários acanhados, instalações sofríveis para a imprensa e mais uma lista interminável), me deparei com a patética cena de ver uma aglomeração de torcedores nas filas das bilheterias. Era uma partida entre Villa e América, numa sexta-feira à noite! Muitos desses torcedores conseguiram entrar no estádio por volta dos 20 minutos do primeiro tempo.
O fato de o jogo do Atlético ser disputado lá no próximo domingo é fruto de uma série de incompetências. Todo mundo sabe que o evento musical anual de gosto duvidoso acontece no Mineirão. Então, caberia à Federação não marcar jogos para Belo Horizonte na data. Depois, quando a tabela foi divulgada, caberia ao Atlético se prontificar a solicitar a alteração da data, usando, por exemplo, esta quarta-feira, vaga desde o início do ano. Agora, o Galo vai ter que jogar lá, fazer campanha para que a torcida se comporte, etc. e tal. Em minha opinião, todas as possíveis restrições estão corretas: proibição de venda de bebidas alcoólicas, venda de ingresso no dia do jogo, limitação de público etc. Infelizmente, para um estádio que não tem condições de abrigar uma partida desse porte (não estamos falando da final do campeonato), isso cai como uma luva. Estranho é poder vender bebidas nos jogos do América e, pior, inúmeros tipos de bebidas no detestável Axé.
Ficar protegendo o Independência por ser um estádio simpático, bom (!?!?!?) para ver jogos, central etc., é atestar a pequenez do futebol mineiro.
quarta-feira, 28 de março de 2007
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8 comentários:
Quando é que o Mineirão foi confortável? Ou que vendeu cerveja quente? Ou que não teve fila para comprar ingressos?
O Mineirão pode ter inúmeros defeitos, inegáveis, mas que não dá para comparar o estádio da Pampulha com o caquético Independência, não dá. Para não ficar no óbvio (condições para atletas e imprensa, conforto, acesso, gramado, etc.), vou só lembrar de uma coisa: segurança. O Mineirão é um estádio que pode ser evacuado com facilidade em caso de alguma encrenca, é monitorado por câmeras, entre outros detalhes que tornam uma hipotética comparação com o Independência uma bobagem.
Então porque não escreveu sobre a segurança do Mineirão, preferindo abordar as filas, o conforto e a cerveja?
Não partilho das críticas ao Independência.
Mas é realmente um absurdo não terem antevisto a coincidência de datas entre o jogo do Galo e o Axé.
Sinal de nossa eterna incompetência.
Meu nome é Angelo.
O Independência é ridículo.
Estive lá em jogos, mas a fragilidade do estádio foi comprovada num outro evento musical (porque não, também de gosto duvidoso) e até na parte coberta do estádio fui atacado pela chuva.
Independência é passado.
E agora é campo de segunda divisão do mineiro.
Ponto.
Não abordei antes pelo simples motivo de que o assunto em questão não era uma comparação dos estádios nem uma crítica/elogio ao Mineirão. Estávamos falando do Independência, certo? Normalmente, quando as pessoas não conseguem reunir argumentos suficientes para defender suas teses ou criticar a de terceiros, passam para o lado da comparação direta e sem sentido, o que é uma forma de fugir do assunto. Afinal de contas, qual é a sua opinião sobre o Independência, que é o assunto em voga?
Entendo que o Independência eh capaz de receber jogos com conforto e segurança, desde que bem organizados, como em qualquer lugar no mundo.
A comparação não eh para fugir do assunto, mas se justifica pelo fato de que o Galo costuma jogar no Mineirão, ou seja, por que tanta revolta quanto ao jogo no campo do Coelhão se o Mineirão também tem problemas iguais?
Mais não precisa ficar bravo...
Problemas iguais? Quem sabe nosso governador também não sugere à Fifa a utilização do Independência para a Copa-2014?
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