quinta-feira, 29 de março de 2007

Mais razão, menos emoção

Por Guilherme Ibraim

Ziza Valadares tem razão no que diz. Refiro-me à última crítica do presidente alvinegro, desta vez sobre o Ministério Público, que definiu uma redução da quantidade de lugares do Estádio Independência e também a proibição da venda de bebidas alcoólicas lá. Ao dizer que há uma perseguição contra o Atlético, Ziza erra. Acerta no momento em que cobra uma atitude uniforme do MP para com os clubes, sejam da capital ou do interior.

É compreensível que o presidente se sinta prejudicado pela decisão da Justiça, mas acredito que, num ato de desprendimento do interesse atleticano, Ziza poderia utilizar o seu discurso para cobrar que as medidas fossem colocadas a todos os times. Ele poderia transformar a revolta particular de seu clube em um movimento pela adequação de todos os estádios do Brasil às normas que estão vigentes no Mineirão. Poderia ser o início de um movimento de melhorias nos estádios.

Acredito, e que fique bem claro que é algo pessoal, que a proibição da venda de bebidas é correta e deveria ser aplicada a todos os estádios do Brasil. Mas, concordando com Ziza Valadares, a proibição da Justiça soou, mesmo que não seja verdade, como má vontade com o Galo. Da parte do MP, é preciso padronizar as decisões e estendê-las a todos os clubes e estádios. Já para Ziza o recado é tomar cuidado para não transformar as críticas, neste caso corretas, em uma odisséia de perseguição histórica ao Atlético.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gente, o Ministério Público não decide nada, pois não tem poderes para tanto. Ele tem legitimação processual para ir a juízo, mas quem decide é o bom e velho juiz de direito.

Anônimo disse...

Deixa ver se entendi....você é contra a venda de cerveja no campo...sem maiores argumentos senão "algo pessoal"...
E quer que o Ziza transforme isto numa cruzada pelo Brasil afora?

Guilherme Ibraim disse...

Caro Edmundinho,

A minha avaliação sobre a venda ou não de bebidas alcóolicas nos estádios fica pra outro texto.

Já a idéia de que o presidente do Atlético contribua com o futebol brasileiro não se limita apenas a questão de bebidas. Acredito que ela é apenas um estopim para uma discussão maior em torno do tratamento dispensado aos torcedores nos estádios, à sistematização da venda de ingressos entre outras coisas.

Alexandre Kalil, enquanto trabalhava no Atlético, transformou uma discussão com o presidente Ricardo Guimarães a respeito de cotas de TV em brigas com a CBF e reivindicações junto à instituição e que beneficiariam dezenas de clubes brasileiros. Ziza não poderia fazer o mesmo?

E que fique claro que é apenas uma simples sugestão...