Por Guilherme Ibraim
A saída do atacante Christian do Corinthians representa muito mais do que uma simples transferência de um jogador para um clube. Todos os adjetivos utilizados pela imprensa para analisar a transação dão o tom da situação: “surpreendente saída”, “traição”, entre outros. O simbolismo contido na transação evidencia que os clubes paulistas não estão mais tão fortes assim.
Christian foi contratado pelo Corinthians no início do ano e tinha contrato até o fim de 2007. Nos cinco primeiros jogos com a camisa alvinegra ele marcou cinco gols e estava na artilharia do paulistão ao lado de Finazzi (Ponte Preta), Cleber Santana (Santos) e Somália (São Caetano). Estima-se que o jogador ganhava cerca de R$ 50 mil no Parque São Jorge e estava feliz com a boa fase em sua segunda passagem pelo futebol paulista – a primeira foi no São Paulo no ano de 2005.
Os 500 mil que o Internacional pagou como multa recisória do atacante denotam como está a situação do Corinthians. Com o apoio formal, mas sem ver a cor do dinheiro da MSI o clube Paulista luta para manter-se como grande. Obviamente que não como clube, porque a história do Corinthians é gloriosa, mas como força e representação de uma grande potência do futebol brasileiro em termos financeiros e de visibilidade. A saída de Christian sinaliza de forma mais contundente a situação pífia com a qual a diretoria do clube paulista trabalha e também a desorganização fora das quatro linhas.
Jogar no Corinthians hoje exige raça para agüentar as perseguições de torcedores após cada derrota; exige paciência para engolir uma variedade incrível de bobagens ditas por alguns comentaristas-torcedores que se acham consultores futebolísticos de primeira linha. A fadiga não se dá somente pelo esforço dentro das quatro linhas, ela talvez seja mais contundente do que esta. É mental e emocional.
Uma rápida olhada no grupo corintiano atual e em alguns de seus últimos times como o de 2005 ou 1999 nos mostra que jogar em Parque São Jorge tem sido cada vez mais tarefa para os “salvadores” da base ou para jogadores que não estão mais no ápice da carreira. Internacional, Cruzeiro, Grêmio entre outros ganham a preferência de jogadores que desejam sair do “stress” de Rio e São Paulo para viverem na tranqüilidade de centros menores. Clubes, abram o olho...
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
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