Por Orozimbo Souza Júnior
Há alguns anos, a ingrata posição de goleiro era uma das que o Brasil produzia menos, tanto em qualidade quanto em quantidade. Para contar com um guarda-redes mais gabaritado, os clubes precisavam recorrer aos nossos vizinhos argentinos e uruguaios.
Mas de uns tempos pra cá, com a elaboração de treinamento e preparação específicos, a situação mudou. De importadores, viramos exportadores. Temos vários goleiros defendendo equipes do exterior: Dida (Milan), Júlio César (Inter de Milão), Doni e Júlio Sérgio (Roma), Helton (Porto), Marcelo Moretto (Benfica), Gomes (PSV), Rubinho (Vitória de Setúbal) e outros que não me lembro agora.
Além deles, temos muitos em atividade por aqui, tão bons ou melhores. Os veteranos Marcos e Rogério Ceni, o jovem, mas experiente, Fábio e uma lista extensa.
O que impressiona mais ainda são os novos valores. Clubes grandes contam com garotos competentes defendendo suas redes, o que contraria uma máxima que afirma que goleiro está pronto ali pelos 26, 28 anos.
Vai mais uma lista de jovens craques na função de evitar gols: Renan (Internacional), Cléber (Atlético-PR), Felipe (Santos) Marcelo (Corinthians), Diego Cavalieri (Palmeiras), Bruno (Flamengo) para mim o melhor de todos, Diego (Atlético-MG). O Galo, aliás, tem outros dois jovens com muito potencial, Edson e Jéferson. Olho neles.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Nivelado por, apenas, bons jogadores
Por Guilherme Ibraim
Virou moda no Brasil dizer que o nosso futebol está nivelado por baixo. Dirigentes, jornalistas, técnicos, todos adotaram o chavão como se o nível técnico e das exibições em nossos campos fosse algo deplorável e que merece nem mesmo ser visto pelos torcedores. De antemão discordo dessa afirmativa; não completamente, mas discordo.
A sensação que se tem ao ouvir a afirmativa é a de que os Campeonatos Estaduais, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro são competições de baixíssimo nível técnico em que se sobressaem os pernas-de-pau e somente os jogadores sem qualidade aparecem como estrelas. Não é verdade. Talvez 2006 tenha deixado essa impressão calamitosa por conta da campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo e pelo, apenas mediano, Brasileirão. O adjetivo mediano se deve à falta de um jogador de maior destaque ou um jogo que tenha ficado na memória do torcedor por sua emoção. Nada contra a escolha de Rogério Ceni como craque da competição, mas certamente há algo de errado quando um goleiro é tão ovacionado pela crônica esportiva.
Em parte a culpa é da imprensa e em parte do próprio futebol. Na parte que cabe aos meios de comunicação e aos comentaristas está o exagero na transformação, mais do que meteórica, de jogadores novos em estrelas e até de jogadores medianos em super-heróis para o torcedor. Nessa lista eis alguns nomes: Lenny (Fluminense), Marcelo (Fluminense), Thiago (São Paulo), Wágner(Cruzeiro), Renato Augusto(Flamengo), Alexandre Pato (Internacional), Lucas(Grêmio) e por aí vão. Uns vão discordar, outros vão concordar com nomes colocados aqui, mas craque, comparável a Romário, Zidane, Platini, Cruyff ou Maradona, nenhum deles ainda é.
Em relação à parte futebolística da culpa, está a falta de condições de manter os nossos melhores jogadores por aqui. A disparidade financeira, a visibilidade dos centros europeus e o glamour do futebol do velho continente contribuem para a debandada brasileira. Mas a falta de habilidade na negociação e na compreensão dos clubes como empresas que precisam de estratégias de marketing e de vendas de suas marcar para aumentar receitas e consequentemente manter seus melhores jogadores em casa. Alguém já pensou como seria negociar com as televisões os direitos de transmissão de um campeonato em que Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Ronaldo, Rivaldo, Romário, Robinho, entre outros, apimentassem a disputa? Não.
Ainda que os craques, ou melhor, grandes jogadores, estejam fora do país, o futebol canarinho não está nivelado por baixo. O problema é que nós brasileiros não nos acostumamos com a realidade de ver um campeonato com a presença de bons jogadores, mas não de craques. Os craques se foram há algum tempo. Se o futebol estivesse tão ruim, como teríamos dois Campeões da Taça Libertadores e Mundiais (São Paulo e Internacional), finalista de Recopa Sul-Americana e tudo mais? Quem discordar tente assistir a três jogos seguidos dos Campeonatos Italiano ou Alemão e depois me conte onde está o melhor futebol do mundo.
Virou moda no Brasil dizer que o nosso futebol está nivelado por baixo. Dirigentes, jornalistas, técnicos, todos adotaram o chavão como se o nível técnico e das exibições em nossos campos fosse algo deplorável e que merece nem mesmo ser visto pelos torcedores. De antemão discordo dessa afirmativa; não completamente, mas discordo.
A sensação que se tem ao ouvir a afirmativa é a de que os Campeonatos Estaduais, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro são competições de baixíssimo nível técnico em que se sobressaem os pernas-de-pau e somente os jogadores sem qualidade aparecem como estrelas. Não é verdade. Talvez 2006 tenha deixado essa impressão calamitosa por conta da campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo e pelo, apenas mediano, Brasileirão. O adjetivo mediano se deve à falta de um jogador de maior destaque ou um jogo que tenha ficado na memória do torcedor por sua emoção. Nada contra a escolha de Rogério Ceni como craque da competição, mas certamente há algo de errado quando um goleiro é tão ovacionado pela crônica esportiva.
Em parte a culpa é da imprensa e em parte do próprio futebol. Na parte que cabe aos meios de comunicação e aos comentaristas está o exagero na transformação, mais do que meteórica, de jogadores novos em estrelas e até de jogadores medianos em super-heróis para o torcedor. Nessa lista eis alguns nomes: Lenny (Fluminense), Marcelo (Fluminense), Thiago (São Paulo), Wágner(Cruzeiro), Renato Augusto(Flamengo), Alexandre Pato (Internacional), Lucas(Grêmio) e por aí vão. Uns vão discordar, outros vão concordar com nomes colocados aqui, mas craque, comparável a Romário, Zidane, Platini, Cruyff ou Maradona, nenhum deles ainda é.
Em relação à parte futebolística da culpa, está a falta de condições de manter os nossos melhores jogadores por aqui. A disparidade financeira, a visibilidade dos centros europeus e o glamour do futebol do velho continente contribuem para a debandada brasileira. Mas a falta de habilidade na negociação e na compreensão dos clubes como empresas que precisam de estratégias de marketing e de vendas de suas marcar para aumentar receitas e consequentemente manter seus melhores jogadores em casa. Alguém já pensou como seria negociar com as televisões os direitos de transmissão de um campeonato em que Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Ronaldo, Rivaldo, Romário, Robinho, entre outros, apimentassem a disputa? Não.
Ainda que os craques, ou melhor, grandes jogadores, estejam fora do país, o futebol canarinho não está nivelado por baixo. O problema é que nós brasileiros não nos acostumamos com a realidade de ver um campeonato com a presença de bons jogadores, mas não de craques. Os craques se foram há algum tempo. Se o futebol estivesse tão ruim, como teríamos dois Campeões da Taça Libertadores e Mundiais (São Paulo e Internacional), finalista de Recopa Sul-Americana e tudo mais? Quem discordar tente assistir a três jogos seguidos dos Campeonatos Italiano ou Alemão e depois me conte onde está o melhor futebol do mundo.
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