quarta-feira, 14 de março de 2007

Senhores da razão, deixem o Romário em paz

Por Orozimbo Souza Júnior

É impressionante como, no Brasil, muitas pessoas têm verdadeiro incômodo com o sucesso alheio. Isso se aplica ao caso da busca pelo milésimo gol do baixinho Romário. Desde que o jogador começou a se aproximar do objetivo, muitos críticos levantaram a voz para contestar, às vezes usando de ironia, o feito em eminência de ser alcançado.

As justificativas utilizadas pelos contestadores só reforçam minha certeza de que as opiniões lançadas contra a empreitada do atleta têm propósito de reduzir o mérito do principal responsável pela conquista de uma de nossas cinco Copas do Mundo. Vamos ao que dizem, invariavelmente, alguns dos detratores de Romário.

Primeiro, muitos insistem em dizer: “milésimo gol, de acordo com as contas do Romário”. Neste caso, a lista apresentada pelo jogador leva em consideração alguns marcados pelas categorias de base do Olaria, do Vasco e pelas Seleções Brasileiras não profissionais. A contra-lista dos críticos reduz em 70 ou 80 os tentos computados pelo jogador.

Outra corrente de contestação questiona a qualidade dos adversários enfrentados pelo baixinho. “Fazer gol em Madureira, Friburguense, Nova Iguaçu e outros é mole”. Façam-me o favor. Todos esses times disputam campeonatos profissionais. Gols contra eles valem, sim. Já que aqui se tenta reduzir os méritos dos gols, por terem sido marcados em adversários menos qualificados, seria justo, da parte dos contestadores, então, atribuir peso 2 aos gols marcados pela Seleção Brasileira e nos diversos clássicos que o jogador disputou, sobretudo na Europa.

Por fim, muitos insistem em querer comparar Romário com Pelé, para dizer, outra vez, que o feito do Baixinho não vale. “Pelé tem mais de 1.200 gols. O gol 1.000 fez com apenas 29 anos”. Ao buscar o milésimo gol, Romário não pretende se equiparar a Pelé, nem precisa disso. Ele, apenas, quer deixar seu nome na história, como um dos poucos a conseguir a façanha. É impossível comparar os dois craques. Primeiro porque jogaram em épocas e funções diferentes, segundo porque Pelé é Pelé, e Romário, mesmo não admitindo, sabe disso.

Quero finalizar minha opinião com os olhos de um fanático por futebol. Este é um momento raro na história do esporte. Estamos a cinco gols de presenciar um feito que minha geração nunca viu e que, talvez, nunca mais veja. Então, força, Baixinho. Queremos o milésimo. E continue jogando, enquanto se sentir motivado e em condições físicas.

Pelo resgate da confiança

Por Orozimbo Souza Júnior

O Cruzeiro entra em campo hoje pela segunda fase da Copa do Brasil. O jogo contra a Portuguesa em São Paulo significa mais do que um degrau na luta do time mineiro para tornar-se o maior vencedor da competição. Hoje, os celestes dividem esse posto com o Grêmio, ambos com quatro conquistas.

Uma vitória por dois gols de diferença da equipe celeste elimina o jogo de volta. Mais do que isso, a classificação antecipada poderá resgatar a confiança da torcida e, certamente, do próprio grupo de jogadores, já que os altos e baixos do início de temporada têm provocado uma certa desconfiança e até mesmo questionamentos sobre a qualidade dos reforços cruzeirenses para o ano.

Repito que ainda é cedo para julgar as contratações do Cruzeiro, bem como o que o time pode fazer em 2007. Contudo, já ficou claro que a diretoria tem de se mexer e contratar, pelo menos, mais dois jogadores, um para a zaga, outro para a lateral-esquerda, já que a paciência da torcida com André Luís e Fábio Santos está esgotada.

No confronto contra a Lusa, aposto na classificação mineira, mas não na partida de hoje. A Portuguesa vem bem na segunda divisão do Campeonato Paulista e, motivada, é difícil de ser batida no Canindé.