segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Cruzeiro empata e segue líder em jogo marcado pela violência

Por Orozimbo Souza Júnior

No sempre complicado Alçapão do Bonfim, o time da Toca conseguiu arrancar o empate nos segundos finais dos acréscimos. O dois a dois manteve a invencibilidade e garantiu ao time celeste a liderança do Mineiro, que esteve ameaçada pelo Villa, que, durante a maior parte do jogo, ficou em vantagem no placar.

O jogo foi fraco tecnicamente, sobretudo devido aos já conhecidos problemas do gramado do Castor Cifuentes, menor e muito irregular. O Villa, novamente, teve um jogador expulso e, mesmo assim, conseguiu ficar à frente no placar. Por muito pouco, o Leão não derruba o segundo grande do campeonato, apesar de a equipe celeste ter conseguido as chances mais claras.

Mas a partida foi marcada, infelizmente, por cenas lamentáveis de violência. Ainda no primeiro tempo, a polícia tentava organizar as torcidas nas arquibancadas, quando uma bomba de gás lacrimogênio explodiu e a fumaça chegou ao gramado, provocando irritação nos olhos dos atletas e levando à paralisação da partida por cerca de oito minutos.

No segundo tempo a violência continuou e que se viu foi uma seqüência de imagens absurdas, nas quais se registraram a covardia e a truculência por parte da polícia, que, além de agredir torcedores, atirou várias balas de borracha, ferindo algumas pessoas. É preciso mencionar que o mau comportamento das torcidas gerou a repreensão policial. Contudo, não se justificam a atitude de alguns militares, que agrediram, inclusive, mulheres. Uma torcedora foi retirada do estádio desacordada. Depois da partida, houve mais confrontos nas ruas de Nova Lima.

O comandante da PM na cidade prometeu apuração, para se chegar aos responsáveis pelos incidentes lamentáveis e, em seguida, fazer as devidas punições, o que, particularmente, não acredito que vá acontecer. Ano após ano a história se repete e pouco ou nada é feito para coibir a ação de marginais fantasiados de torcedores e de policiais despreparados.