quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Mineiros na quarta de futebol

Por Orozimbo Souza Júnior

Dois times mineiros estrearam em situações opostas na Copa do Brasil. O Atlético foi à Ilhéus-BA e, apesar da chuva e das péssimas condições do gramado, fez o dever de casa, mesmo jogando fora, e despachou os baianos por 3 a1. O Galo espera o vencedor do duelo entre Coruripe-AL e América-RJ, que ontem empataram por 1 a 1 em Alagoas.

Já o Ipatinga decepcionou na estréia. O Tigre foi derrotado pelo Vitória no Espírito Santo por 1 a 0, gol de Zé Afonso, aquele mesmo que esteve no América, e precisará reverter o resultado em casa, no jogo da volta. Mesmo com a derrota, acredito na classificação do time do Vale do Aço. Os outros mineiros na competição, Cruzeiro e Villa, estrearão na próxima semana.

E pelo Campeonato Mineiro, em jogo antecipado da nona rodada, Guarani e Rio Branco ficaram no 0 a 0, em Divinópolis. O empate garantiu ao Bugre a liderança do estadual, com oito pontos, contra sete de Cruzeiro e Caldense. Mesmo com um jogo a mais, a torcida do Guarani tem motivos para comemorar, já que o time chegou a ser colocado como candidato ao rebaixamento por alguns analistas, antes do começo da competição.

Uma triste realidade

Por Frederico Jota

O gramado (?) do modesto estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, onde o Atlético venceu o Colo Colo pela Copa do Brasil, exprime de uma maneira tristemente clara uma realidade cada vez mais nítida no futebol brasileiro: a falta absoluta de condições da absurda maioria dos estádios nacionais e o abismo que separa os clubes mais estruturados daqueles cujo calendário anual praticamente se resume à disputa de seu respectivo campeonato estadual.

Nada contra os clubes pequenos e muito menos contra a Copa do Brasil. Na Inglaterra, a tradicionalíssima FA Cup (a Copa da Inglaterra), o mais antigo campeonato de futebol do mundo, criada em 1872, tem mais de 500 times - as equipes das divisões principais entram em fases posteriores - que desfilam em verdadeiros tapetes. Acho, inclusive, que a Copa do Brasil deveria, de forma organizada, dar mais espaço aos inúmeros clubes tupiniquins, dos nanicos até os gigantes, que jogam a Libertadores mas são excluídos por total incompetência organizacional. Mas esse papo fica para a próxima.

O fato ao qual quero me ater é o da incapacidade da maioria dos clubes nacionais dar a torcedores e jogadores as condições mínimas para assistir e praticar futebol profissional. A esmagadora maioria desses clubes estão por aí nos famigerados estaduais. Torneios que só existem para dar força às pífias federações, que por sua vez, sustentam reinados eternos na CBF. Tradição? Vale a pena? Tecnicamente, significa crescimento para quem? Podemos falar que o Campeonato Paraense, por exemplo, é tradicional, pois começou a ser disputado ainda na primeira década do século passado. Já passou da hora de o futebol nacional ter mais que três divisões no Brasileirão, menos estádios e clubes sem condições. A não ser que todos queiram ver espetáculos como o campo de Ilhéus e a bandalheira em Nova Lima, só para ficar nos exemplos que envolveram os dois grandes mineiros.