quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Para Cruzeiro, perigo mora no regulamento

Por Orozimbo Souza Júnior

Ao time da Toca, basta uma vitória por qualquer placar, no jogo de hoje contra o Veranópolis, para que equipe avance à segunda etapa da Copa do Brasil.

Pelo que vimos no primeiro jogo, no Rio Grande Sul, que terminou zero a zero, o time mineiro não terá grandes dificuldades para conseguir seu objetivo.

Mas é bom que a Raposa fique atenta durante os 90 minutos. Como o regulamento da competição dá peso maior ao gol fora de casa, qualquer empate com gols dá a vaga aos gaúchos.

Em noite de apagão, Grêmio decepciona

Por Orozimbo Souza Júnior

Instantes antes do jogo de ontem entre Grêmio e Deportivo Cúcuta, pela Libertadores, um problema no sistema elétrico deixou o Estádio Olímpico às escuras, provocando o atraso da partida em uma hora.

Quando, enfim, a bola rolou, as luzes acesas mostraram um futebol fraquíssimo, quase sonolento. Com poucas chances de gol, o zero a zero foi a melhor tradução do que se viu em campo.

De bom mesmo só o show que a torcida gremista deu nas arquibancadas enquanto a iluminação não era restabelecida. De qualquer maneira, o tropeço não deve preocupar os gaúchos. A vitória fora de casa na estréia, contra o Cerro Porteño, deixa o time do Sul no lucro.

Hoje é a vez de o São Paulo receber o Alianza Lima, do Peru, e de o Inter receber o Emelec, do Equador. O outro brasileiro em ação esta semana é o Santos, que encara o Defensor do Uruguai amanhã, na Vila Belmiro.

Aposto em três vitórias brasileiras, mas, desta vez, não com tanta certeza, pois, antes do jogo do Grêmio, podia jurar que o Cúcuta seria goleado, sem maiores problemas.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Alguém sabe explicar?

Por Orozimbo Souza Júnior

Cumprir o que foi acertado com os jogadores nunca foi o forte das últimas administrações do Atlético. Haja vista o grande número de ações trabalhistas contra o clube de uns tempos para cá.

E, para não fugir à regra, “pipocaram” mais algumas ações que devem ser executadas em breve e deixaram arrepiados os cabelos do recém-empossado presidente, Ziza Valadares. Há rumores de que as somas de ações trabalhistas contra o Galo giram em torno de R$ 30 milhões, e não há de onde tirar dinheiro para arcar com o rombo.

Até aí, não existe mistério. Se o clube não cumpre com suas obrigações, os jogadores, com todo direito, recorrem à Justiça. Mas o que impressiona são os valores devidos e o tempo que a dívida se arrasta.

Para se ter uma idéia, vamos aos valores que alguns profissionais estão cobrando: o meia Ramon (R$ 3 milhões), o lateral-esquerdo Ronildo (R$ 2,5 milhões), o volante Gilberto Silva (R$ 2 milhões), o preparador físico Noslen Mehl (R$ 1,5 milhões) e o goleiro Kléber (1,2 milhões).

A pergunta que se faz necessária é: o que não foi cumprido com esses profissionais que permitiu um acúmulo tão alto? Certamente, a resposta não saíra disso: incompetência e/ou irresponsabilidade.

Errata

Por Orozimbo Souza Júnior

Cometi dois equívocos em textos publicados neste blog anteriormente. Aproveito para corrigir.

No texto "Liderança com propriedade", disse que o Atlético está em décimo lugar no Campeonato Mineiro. Na verdade, como bem alertou o leitor João Paulo, por ter saldo menos pior do que o Ituiutaba, o Atlético está na nona posição.

O outro erro aparece no texto “Craques brasileiros em inferno astral”. Escrevi erroneamente o nome do jovem atacante argentino que joga no Real Madrid. O correto é Higuaín, não Higuaim, como aparece no texto.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Liderança com propriedade

Por Orozimbo Souza Júnior

Como disse o colega Guilherme Ibraim, em um texto anterior, o Cruzeiro ainda precisa de ajustes, caso tenha maiores pretensões na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

Mas os inapeláveis 4 a 1 da equipe celeste contra o Ituiutaba reforçam a idéia de que, com os jogadores que tem, o time da toca tende a “sobrar” no estadual. Mesmo assim, reitero meu pensamento de que a competição segue equilibrada e indefinida, como mostram os números da classificação.

Outro time que parece ter encontrado seu rumo na competição foi o Ipatinga. Jogando em casa, o Tigre não tomou conhecimento do então líder Guarani e fez 3 a 0, garantido o segundo lugar. Na seqüência, vêm Rio Branco e Caldense, que, hoje, fechariam o grupo dos quatro classificados à segunda fase.

Atlético e América continuam decepcionando. Ocupando a antepenúltima e penúltima posições, respectivamente, as duas equipes estão proibidas de vacilar nos jogos restantes.

Falta equilíbrio

Por Guilherme Ibraim

Os efeitos da derrota para o Atlético no clássico ainda parecem rondar a toca da Raposa II. Mesmo vencendo Ituiutaba por 4 a 1 no Mineirão, em jogo válido pela 5ª rodada do estadual, o Cruzeiro ainda mostra algumas deficiências que podem comprometer a equipe em outras competições.

No setor defensivo está o maior problema. Os laterais têm sido muito inconstantes nas atuações durante as partidas e têm pouco poder de marcação. Aliado a isso, André Luís, zagueiro central, é muito pesado e leva muita desvantagem contra jogadores de velocidade. Um ponto positivo para o setor foi a entrada de Renan, no meio-campo, minimizando os problemas.

Já no setor “pensante” do time, falta um jogador de característica mais criativa. Marcinho se limita a produzir algo em jogadas isoladas e individuais, que sempre resultam em cruzamentos. Falta tabelar e fazer mais lançamentos. Geovanni, apesar de um pouco melhor, apóia-se, basicamente, nas mesmas características de seu companheiro.

Mais bem resolvido está o ataque que, apesar do jejum de gols do centroavante Rômulo, tem em Araújo uma figura que, no jargão do momento, desequilibra. Em suma, Paulo Autuori precisa equilibrar as boas peças que tem, aliando poder de marcação com efetividade nas conclusões e uma melhora na criação de jogadas. Tarefa fácil? Certamente, não. Mas o Campeonato Mineiro está aí para isso. Vamos aos testes.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Campeonato Mineiro segue embolado

Por Orozimbo Souza Júnior

Já estamos na metade da competição e o equilíbrio continua sendo a marca do estadual 2007. Os empates entre Democrata-GV x América e Caldense x Atlético confirmam a tendência.

Até agora, nenhuma das 12 equipes deslanchou. Apontar candidatos à classificação ou ao rebaixamento é um risco muito grande.

Certo mesmo é que algumas equipes já deveriam ter mostrado mais serviço. Puxa a fila dos que estão devendo o Atlético, seguido de Ipatinga, América e até o Cruzeiro, que fez mais investimentos e, apesar de apenas quatro partidas disputadas, ainda não convenceu.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Só não vê quem não quer...

Por Frederico Jota

Fosse em outros campos, dos pequenos e surrados protótipos de gramados que existem na Baixada Fluminense até aos propalados estádios de 'primeiro mundo' do interior paulista, e o que acontece no Rio Grande do Sul estaria estampado em todas as primeiras páginas de jornal, o Jornal Nacional daria meia hora de seu horário nobre e por aí vai...

Falo da incrível trajetória de vitórias do Grêmio, o mesmo time que defendi há uma semana aqui no blog e que foi motivo de algumas críticas. Primeiro, deixo bem claro que não sou torcedor do Grêmio, mas também não sou cego. O melhor início de temporada de um grande clube brasileiro em 2007 deve ser, sim, aplaudido. São oito vitórias em oito jogos, um deles uma batalha contra o Cerro Porteño pela Libertadores. Foram 24 gols marcados e dois sofridos.

Vão falar por aí que o Campeonato Gaúcho é isso e aquilo, mas será que algum time dos "grandes centros" são tão melhores assim que os demais interioranos do Sul ou de Minas? Só para se ter uma idéia, o Madureira, semifinalista da prestigiada Taça Guanabara e autor de inapeláveis 4 a 1 no Todo-Poderoso Flamengo, perdeu em casa, na Copa do Brasil, por 3 a 2, para o misto do Figueirense, vice-lanterna do Campeonato Catarinense. Acho que é um bom parâmetro para se medir as coisas.

Elogiar - e acompanhar - o Grêmio é abrir os olhos para o que acontece no futebol em todo o país. Um clube que saiu de uma quase falência e da segunda divisão para, em menos de dois anos, brilhar e demonstrar acertos das contratações à captação de sócios e outros fatores, merece, sim o crédito. Como merece o Inter, que não caiu para a Série B, mas se reergeu com a força de um gigante, virou modelo e é campeão da América e do mundo - título muito menos incensado que o do São Paulo de um ano antes (também merecido e conquistado por um clube digno de muitos elogios).

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Craques brasileiros em inferno astral

Por Orozimbo Souza Júnior

É impressionante o que acontece com algumas das principais estrelas do nosso futebol. Meses antes da Copa da Alemanha, durante a competição e passados outros seis meses, quatro das nossas estrelas estão sem brilho.

O outrora Imperador Adriano, com o peso sempre sob suspeição, teve uma temporada pífia em 2006. Marcou tão poucos gols que mal enchem duas mãos, muito pouco para um goleador. Além disso, teve seu nome envolvido em polêmicas. Lá como cá, quando o futebol some, as noitadas aparecem. A última nova foi o afastamento de um jogo devido a uma suposta ressaca, originada na comemoração de seu aniversário.

Ronaldo Fenômeno, tido como gordo pelo mundo inteiro, menos por alguns comentaristas brasileiros, saiu corrido do Real Madrid. As justificativas, além do baixo desempenho em campo e da pouca preocupação com a forma física, passavam pelo fato de que os comandantes madrilenhos viam nele uma má influência para os atletas mais jovens, como Robinho e os recém-chegados Gago, Higuaim e Marcelo. No Milan, ele tentará mais uma volta por cima.

Falando em Robinho, o rei das pedaladas não se firmou desde que trocou a Vila Belmiro pelo Santiago Bernabeu. Nas oportunidades que teve, até mostrou algumas das boas jogadas que estávamos acostumados a ver, mas nada que justificasse os 30 milhões de Euros investidos pelo clube espanhol. Além da decepção com o craque brasileiro, torcedores e diretoria do Real entendem que o jogador não está se comportando como deveria. A última notícia vinda da Europa é de que o clube de Madrid perdeu a paciência e vai vender o atleta no meio deste ano. Para se “livrar” de Robinho, aceitarão receber 18 milhões de Euros, muito menos do que o investimento para adquiri-lo.

Na trilha da má fase, a bola da vez é Ronaldinho Gaúcho. Em 2006, o craque teve apenas lampejos dos bons momentos que o levaram a vencer por duas vezes o prêmio de melhor do mundo pela Fifa. Visto como a maior decepção individual na Copa, o craque malabarista chegou a ser vaiado em um jogo do Campeonato Espanhol, e há rumores de que o Barcelona já estaria disposto a negociá-lo. Nos últimos dias, surgiram boatos de que ele está brigado com o camaronês Samuel Eto’o. Por fim, acreditem, a imprensa espanhola já trabalha com a hipótese de que ele está acima do peso. Talvez Ronaldinho esteja sendo cobrado acima do que deveria. Com todos os problemas, ele ainda é vice-artilheiro do Campeonato Espanhol.

Uma receita vista como infalível para se livrar da “urucubaca” é um bom banho de sal grosso. Pode até funcionar, mas se esses atletas não definirem o que querem das suas carreiras e, consequentemente, trabalharem para tal, não haverá santo que ajude.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Pirambu e Veranópolis têm mais uma chance de aparecer

Por Orozimbo Souza Júnior

O grande barato da Copa do Brasil é permitir que equipes dos mais diversos rincões do país enfrentem os chamados grandes do nosso futebol. Nessa oportunidade quase única, times desconhecidos da maioria ganham os holofotes por alguns instantes.

Infelizmente, para os pequenos, na maioria das vezes, a ilusão de reeditar o duelo Davi x Golias dura apenas um jogo. Nas fases iniciais da competição, basta ao visitante uma vitória por dois gols de diferença para eliminar a partida de volta. Por isso, na primeira partida, os menores dão a vida para, apenas, terem o direito de fazer o jogo de volta e conhecerem os tradicionais estádios brasileiros.

Foi o que conseguiram Pirambu-SE e Veranópolis-RS, que, ontem, seguraram o empate contra Corinthians e Cruzeiro, garantindo a permanência na Copa por, pelo menos, mais um jogo. Ao que tudo indica, o sonho de sergipanos e gaúchos deve terminar no próximo confronto. Mas é bom que todos os grandes abram os olhos, já que tem muito time que não se contenta em conhecer apenas um estádio nessa competição.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Dirigente brincalhão

Por Orozimbo Souza Júnior

A falta de seriedade, uma marca registrada da grande maioria dos dirigentes do futebol brasileiro, parece não estar restrita aos cartolas do nosso país.

Após o Flamengo declarar, numa atitude correta, que irá recorrer à Fifa para pedir a proibição de jogos em cidades com altitude como Potosí, na Bolívia, onde o rubro-negro estreou na Libertadores, um dirigente do clube boliviano deu uma declaração, no mínimo, infeliz.

O diretor Ângelo Pórcel teria declarado que os bolivianos não aceitarão disputar a partida contra o Rubro-negro, no Rio, por causa dos fatores climáticos e ambientais da Cidade Maravilhosa. “Pediremos para não jogar no calor porque, para nós, os mosquitos e a umidade são insuportáveis”, comentou Pórcel ao jornal La Razón. “Isso nos afeta quando saímos da nossa altitude”, completou.

Os especialistas asseguram que a falta de adaptação à altitude provoca sérios males, não só aos atletas, mas a todos que são sujeitos a ela. Infelizmente, as autoridades só deverão tomar uma atitude quando o pior acontecer. Enquanto isso somos obrigados a engolir ironias como as do senhor Pórcel.

Com informações do Portal IG.

Dois ídolos a caminho. Será????

Por Orozimbo Souza Júnior

Atleticanos e cruzeirenses receberam ótimas notícias antes da pausa para o carnaval. De acordo com o noticiário esportivo, dois dos maiores ídolos da história recente dos clubes podem voltar para casa.

Na Cidade do Galo, Marques, atualmente no Japão, pode ser reforço no segundo semestre. É provável que esse retorno aconteça. O jogador, que já passou dos 34 anos, nunca escondeu o desejo de regressar ao clube no qual viveu a melhor fase da sua carreira. Além disso, seu procurador, Aurélio Dias, tem um trânsito muito bom nos bastidores do Atlético.

Pelos lados da Toca II, a boa nova é a possível volta do meia Alex, atualmente no Fenerbahçe, da Turquia. O Talento estaria insatisfeito com o tratamento recebido da diretoria da equipe turca e com um clima ruim entre os jogadores.

Para falar a verdade, como diria o outro, eu só acredito vendo. Alex tem um altíssimo salário na Turquia e, certamente, tem mercado na Europa. Dificilmente estaria disposto a adequar sua remuneração à realidade do nosso futebol, que, nem de longe, tem condições de competir com os europeus.

Que jogar no Cruzeiro é uma honra para qualquer jogador, não resta dúvida. Mas é preciso analisar em quais condições. Com 29 anos, o meia ainda pode conseguir um bom contrato no exterior. E, convenhamos, se ele for perguntado sobre o desejo de voltar a defender o time azul, certamente, dirá que sim, o que não significa que sua volta é garantida.

Com a cara da Libertadores

Por Frederico Jota

Aqueles mais preocupados em saber se o Flamengo está incomodado com a altitude, se Eurico Miranda se irrita com o assédio do Fluminense a Renato Gaúcho ou ainda se Edmundo vai defender ou não o Palmeiras contra o Rio Claro, ou seja, a turma que se fixa no noticiário bairrista supervalorizado pela nossa mídia, com certeza não viu dois times brasileiros em campo pela Libertadores na quinta-feira à noite.

Primeiro foi o Paraná, estupidamente desprezado pela emissora detentora dos direitos de transmissão do torneio. O time de Curitiba, carrasco histórico do Flamengo (seu adversário de grupo, o que indica transmissões pela tal detentora), passeou em campo e venceu o Maracaibo por 4 a 2, fora de casa. O mesmo Maracaibo que encarou o campeão Inter no ano passado e arrancou um empate do Colorado. Não acredito que o Paraná vá disputar o título, mas merece uma observada e merece também os parabéns por conseguir organizar e reestruturar um clube e uma equipe que até pouco tempo só lutava para não ser rebaixada no Campeonato Brasileiro. Um exemplo a ser seguido por uns grandões Brasil afora.

Depois entrou em campo o Grêmio, a equipe brasileira que mais tem a cara da Libertadores, por mais que tentem enfiar goela abaixo que o São Paulo é o brazuca mais identificado com a competição. Em um jogo típico do tricolor gaúcho, teve de tudo: cadeiras arremessadas no gramado (e, consequentemente, nenhuma punição da inoperante Conmebol), faltas duras, trombadas e raça, muita raça. O Grêmio venceu o Cerro Porteño por 1 a 0 em Assunção, gol do excelente Lucas, mostrou uma equipe coesa e bem montada, que joga com o coração na ponta da chuteira. No último minuto, outro ótimo jogador, o goleiro argentino Saja, defendeu um pênalti com maestria. Com um elenco simples mas muito bem treinado, o Grêmio pode manter a tradição de cumprir boas campanhas e disputar o título. Outro exemplo de reorganização estrutural, fortalecida ainda por uma torcida fanática, a mesma recordista de público na Série A do Brasileiro do ano passado e a mesma que ocupou boa parte do estádio no Paraguai, fato pouco comentado pela mídia cega, surda e muda.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Mineiros na quarta de futebol

Por Orozimbo Souza Júnior

Dois times mineiros estrearam em situações opostas na Copa do Brasil. O Atlético foi à Ilhéus-BA e, apesar da chuva e das péssimas condições do gramado, fez o dever de casa, mesmo jogando fora, e despachou os baianos por 3 a1. O Galo espera o vencedor do duelo entre Coruripe-AL e América-RJ, que ontem empataram por 1 a 1 em Alagoas.

Já o Ipatinga decepcionou na estréia. O Tigre foi derrotado pelo Vitória no Espírito Santo por 1 a 0, gol de Zé Afonso, aquele mesmo que esteve no América, e precisará reverter o resultado em casa, no jogo da volta. Mesmo com a derrota, acredito na classificação do time do Vale do Aço. Os outros mineiros na competição, Cruzeiro e Villa, estrearão na próxima semana.

E pelo Campeonato Mineiro, em jogo antecipado da nona rodada, Guarani e Rio Branco ficaram no 0 a 0, em Divinópolis. O empate garantiu ao Bugre a liderança do estadual, com oito pontos, contra sete de Cruzeiro e Caldense. Mesmo com um jogo a mais, a torcida do Guarani tem motivos para comemorar, já que o time chegou a ser colocado como candidato ao rebaixamento por alguns analistas, antes do começo da competição.

Uma triste realidade

Por Frederico Jota

O gramado (?) do modesto estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, onde o Atlético venceu o Colo Colo pela Copa do Brasil, exprime de uma maneira tristemente clara uma realidade cada vez mais nítida no futebol brasileiro: a falta absoluta de condições da absurda maioria dos estádios nacionais e o abismo que separa os clubes mais estruturados daqueles cujo calendário anual praticamente se resume à disputa de seu respectivo campeonato estadual.

Nada contra os clubes pequenos e muito menos contra a Copa do Brasil. Na Inglaterra, a tradicionalíssima FA Cup (a Copa da Inglaterra), o mais antigo campeonato de futebol do mundo, criada em 1872, tem mais de 500 times - as equipes das divisões principais entram em fases posteriores - que desfilam em verdadeiros tapetes. Acho, inclusive, que a Copa do Brasil deveria, de forma organizada, dar mais espaço aos inúmeros clubes tupiniquins, dos nanicos até os gigantes, que jogam a Libertadores mas são excluídos por total incompetência organizacional. Mas esse papo fica para a próxima.

O fato ao qual quero me ater é o da incapacidade da maioria dos clubes nacionais dar a torcedores e jogadores as condições mínimas para assistir e praticar futebol profissional. A esmagadora maioria desses clubes estão por aí nos famigerados estaduais. Torneios que só existem para dar força às pífias federações, que por sua vez, sustentam reinados eternos na CBF. Tradição? Vale a pena? Tecnicamente, significa crescimento para quem? Podemos falar que o Campeonato Paraense, por exemplo, é tradicional, pois começou a ser disputado ainda na primeira década do século passado. Já passou da hora de o futebol nacional ter mais que três divisões no Brasileirão, menos estádios e clubes sem condições. A não ser que todos queiram ver espetáculos como o campo de Ilhéus e a bandalheira em Nova Lima, só para ficar nos exemplos que envolveram os dois grandes mineiros.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Começa hoje a competição mais democrática do futebol brasileiro

Por Orozimbo Souza Júnior

Nos tempos da Ditadura Militar, salvo o engano no período governo Geisel, o partido político Arena, que tinha grande representatividade no país, queria expandir seu braço de ação.

Como forma de conseguir isso, os partidários do Arena “mexeram os pauzinhos” para incluir no Campeonato Brasileiro equipes de pouca expressão, que estavam localizadas em áreas do país nas quais o partido tinha pouca representatividade.

Dessa forma, sob o lema “onde o Arena vai mal, um time no nacional”, tivemos campeonatos brasileiros inchados, com dezenas de times que não tinham o menor mérito de estarem ali. Felizmente, isso acabou e, hoje, disputam o Brasileirão apenas os que fazem por merecer, em um formato bem “enxuto”, em termos de participantes, atualmente, 20.

Já a segunda competição em importância do nosso futebol, a Copa do Brasil, que começa hoje com a participação de 64 clubes, permite que conheçamos times dos mais diversos grotões do nosso território-continente. Entretanto, esses são merecedores de disputarem com os grandes do Brasil, uma vez que conseguiram a vaga vencendo os campeonatos regionais.

A partir desta quarta, teremos o desfile dos atletas de equipes como Chapadão-MS, Araguaína-TO, Coruripe-AL, Parnahyba-PI, Colo-Colo-BA, Baré-RR, Adesg-AC e tantos outros.

Viva o vasto futebol brasileiro! Viva a democracia! E viva a Copa do Brasil!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Toma jeito, Mecão

Por Orozimbo Souza Júnior

Entra ano, sai ano, e as coisas se repetem no América. Ta certo que o começo não foi dos melhores, longe disso. Uma vitória e três derrotas é retrospecto para deixar a todos preocupados.

Mesmo assim, demitir um treinador com apenas quatro rodadas é precipitação e só colabora com a cultura do futebol brasileiro que exige resultado imediato.

O gaúcho Leandro Machado, pouco conhecido por aqui, tem sua parcela de culpa nos tropeços do time, mas não é o único a ser “condenado”. Não há como avaliar se ele é bom ou ruim, com tão pouco tempo. Mas fazer o quê?

Agora, é torcer para que o América faça uma boa escolha para o comando do time. A situação é perigosa, uma vez que o Coelho precisa ficar entre os três primeiros colocados, excetuando-se Atlético, Cruzeiro e Ipatinga, para poder disputar a Série C do Brasileirão este ano. Hoje, o time é lanterna.

Uma coisa é certa: se não tiver tempo para trabalhar, o próximo treinador pode ser até o Luxemburgo, que não dará jeito. Mas, neste momento, tempo é o que não tem o América. A equipe precisa se recuperar, e só faltam sete jogos. Por isso, foi precipitada a demissão de Machado.

Todos no páreo

Por Orozimbo Souza Júnior

Após quatro rodadas, o equilíbrio é a marca do Campeonato Mineiro 2007. Em 12 pontos disputados, o líder soma 7, enquanto o lanterna tem 3.

Pelo que demonstraram até agora, as equipes tendem a seguir, até a última rodada da fase de classificação, disputando palmo a palmo as quatro vagas nas semifinais.

Neste momento, apontar favoritos à classificação e candidatos ao rebaixamento é se arriscar e ser leviano. Até mesmo o Cruzeiro, que despontou com “bicho papão”, não deverá ter vida fácil.

Com isso, ganham todas as torcidas. A se confirmar a regra das primeiras rodadas, teremos o campeonato mais equilibrados dos últimos anos.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

É verdade: "Clássico é clássico e vice-versa"

Por Orozimbo Souza Júnior

Apesar do favoritismo, o Cruzeiro sucumbiu diante da vontade dos jogadores do alvinegro no clássico deste domingo. A vitória do Galo por 3 a 1 poderia ser com um placar ainda maior, mas o resultado foi de bom tamanho, e até mesmo alguns cruzeirenses reconheceram isso.

Do lado azul, a grande decepção foi a apagada atuação de Araújo. Os cruzeirenses depositavam neles suas maiores esperenças. É bem verdade que a bola pouco chegou, em virtude da boa marcação dos meio-campistas atleticanos. Mas, quando chegou, ele foi bem anulado pelos marcadores do Galo.

Outro ponto falho na lado celeste foi a inoperância da dupla de volantes (Élson e Ricardinho), que se perderam na marcação e nas coberturas.

Já no Atlético, a maior virtude foi a marcação segura no meio-campo, que, além de anular a criação dos adeversários, deixou a defesa bem protegida. Quando os atacantes do Cruzeiro passavam pelo meio-campo, a defesa atleticana estava bem postada.

Nos minutos finais, os atleticanos gritaram olé nas arquibancadas. Mas a torcida não pode se empolgar com a primeira vitória no ano, pois o time tem muito que melhorar. Da mesma forma, os cruzeirenses não precisam se desesperar. Ainda tem muito chão pela frente.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

“Clássico é clássico e vice-versa”

Por Guilherme Ibraim

A frase atribuída ao atacante Jardel, que ainda perambula pelo futebol mundial, é cada vez mais verossímil. Não pela carga humorística, mas sim por ressaltar que é um jogo diferente em todos os aspectos de uma partida de futebol. Diante disso, vale explorar todas as armas e declarações dadas por jogadores, comissão técnica e diretoria. No clássico deste sábado, acredito que, em termos de porcentagem, o Cruzeiro tem 55% de chances de vitória contra 45% do Atlético. Obviamente que defendo esta opinião por algumas razões técnicas, táticas e até mesmo extra-campo.

No plano tático o Atlético tem muitos problemas. Apesar dos questionamentos de Levir Culpi sobre o rendimento de Márcio Araújo, ele era senão um primor tecnicamente, ao menos era um jogador adaptado à função de segundo volante e que se entendia muito bem com Rafael Miranda para fazer a cobertura dos laterais do alvinegro. Para substituí-lo Levir precisará de tempo, e isso o Atlético não tem; com isso, o esquema com três volantes e apenas Marcinho na criação de jogadas transforma-se em um 4-4-2 ou até mesmo em 4-3-3, com Danilinho podendo atacar pelo lado esquerdo do campo. No mais a única novidade em relação ao time campeão da Série B é na lateral-direita, o que deve garantir uma velocidade maior ao time.

Do lado Cruzeirense a parte tática está um pouco melhor resolvida, mas ainda existem dois problemas. O primeiro é a definição na zaga, de quem é o quarto zagueiro e quem é o zagueiro central. Tanto André Luís quanto Gladstone têm características semelhantes e pouca velocidade para sair no combate a jogadores rápidos e que jogam pelas pontas, o que pode facilitar a vida atleticana. Outro ponto que ainda precisa ser melhor aprimorado é a cobertura aos avanços dos laterais do Cruzeiro, especialmente de Gabriel. Na teoria e nas palavras dos jogadores está tudo acertado: quando um lateral sobe outro fica, e quando um dos dois volantes sobe, o outro faz a cobertura. Só que isso ainda não foi testado com um ataque de maior qualidade. A versatilidade de Élson e Ricardinho para chegar ao gol adversário precisa ser muito bem contida para não deixar brechas à frente da defesa.

No quesito elenco, vitória para o Cruzeiro. Cada posição tem ao menos uma peça de qualidade para a substituição, caso necessária, ou até mesmo para uma mudança de esquema durante a partida. Ao atlético sobram peças no meio-campo, mas na defesa e ataque há uma diferença técnica muito alta. No quesito motivação, sobra vontade ao Atlético, tanto pela situação crítica na tabela quanto pela pressão de torcedores durante a semana. Já no Cruzeiro, a força-motriz do time vem da badalação em cima do "time de estrelas" e também das apresentações já vistas pelo torcedor no Campeonato Mineiro.

As apostas estão feitas e agora só resta aguardar a bola rolar e torcer para que as manifestações violentas presenciadas nas bilheterias e nas ruas de Belo Horizonte não sejam vistas no decorrer do maior clássico das Minas Gerais.

Com Riquelme, a coisa muda de figura

Por Orozimbo Souza Júnior

Vou voltar a falar de Libertadores porque, em um texto anterior, disse que apostava em mais uma conquista brasileira este ano. Continuo apostando, mas não com a mesma confiança.

É que a maior pedra no sapato dos times brasileiros na competição, o Boca Juniors, acaba de acertar a contratação do ótimo Juan Román Riquelme. De acordo com matéria publicada no Lancenet hoje, o Villarreal da Espanha, que tem contrato com o meia até 2009, emprestou o jogador à equipe argentina até junho de 2007.

Sem dúvida, é a maior contratação de uma equipe sul-americana nesta temporada. O Boca é muito forte em Libertadores, e com esse reforço de peso tem tudo para dar mais dor de cabeça aos brasileiros.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Só interditar o estádio não basta

Por Orozimbo Souza Júnior

A Federação Mineira de Futebol informa que o estádio Castor Cifuentes será interditado em virtude dos incidentes do jogo do último domingo, entre Villa Nova e Cruzeiro.

Decisão acertada. Mas não se pode parar por aí. É preciso identificar e punir torcedores (?) e policiais que protagonizaram cenas de violência lamentáveis. As imagens correram o país inteiro, e os órgãos responsáveis só não identificam os envolvidos se não quiserem.

Somente a interdição do Alçapão do Bonfim lembra muito aquela história do sujeito que chega em casa do trabalho e pega a mulher com outro no sofá. Depois disso, para resolver o problema, ele decide vender o sofá.

Em entrevista, o governador Aécio Neves constatou o óbvio com relação à ação policial: “Houveram [sic.] abusos, e a polícia sabe disso”. Resta saber se haverá punição. A conferir.

Fase de grupo da Libertadores terá seis times brasileiros

Por Orozimbo Souza Júnior

Sem grande esforço, Paraná Club e Santos passaram por seus adversários na Pré-Libertadores e se juntarão a São Paulo, Internacional, Flamengo e Grêmio na fase de grupos da competição.

Dessa forma, o Brasil terá seis equipes entre as 32 que disputarão a taça, com boas possibilidades de mais uma conquista para o país, já que os brasileiros têm tudo para avançar em seus grupos, na primeira fase. Poderemos ter seis equipes entre 16 na fase de “mata-mata”.

Este ano, porém, não há possibilidade de duas equipes de um mesmo país decidirem o título, como aconteceu em 2005 (São Paulo x Atlético-PR) e em 2006 (São Paulo x Internacional). Uma mudança no regulamento faz com que equipes de um mesmo país se enfrentem, no máximo, nas semi-finais. Mesmo assim, aposto em mais uma conquista brasileira.

Resta a torcida para que Atlético e Cruzeiro se saiam bem na temporada e “belisquem” uma vaga na competição continental em 2008.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Dunga nos passos do Parreira?

Por Orozimbo Souza Júnior

Tudo bem que foi apenas o sétimo jogo sob seu comando. O treinador ainda busca o melhor figurino para o time. Mas duas atitudes do capitão do tetra nos remeteram a um passado não muito distante, e que os brasileiros fazem de tudo para esquecer: a pífia apresentação da Seleção na Copa da Alemanha 2006.

Assim como Parreira, que escalou na copa Emerson e Gilberto Silva, Dunga escalou, contra Portugal, no meio-campo, dois jogadores com as mesmas características: Gilberto Silva e Edmílson. Os dois volantes, ao lado de Elano, praticamente liquidaram as possibilidades de criação do meio.

Mas no ataque foi aonde Dunga mais chegou perto do Parreira. No segundo tempo, o treinador tirou Rafael Sóbis e colocou Adriano, ao lado de Fred, reeditando a maior decepção do Brasil na última Copa, um ataque com dois centroavantes de oficio (Ronaldo e Adriano), que no Mundial foi batizado torres gêmeas. Assim como na Alemanha, o ataque brasileiro ficou inoperante, e a situação melhorou, mas não muito, quando o treinador colocou o meia Diego no lugar de Fred.

Apesar de tudo, ainda houve quem gostou da apresentação do time. O comentarista Falcão disse ter gostado do que viu. Acho que deve ter sido só ele. Como gostar de um time que não finalizou uma vez sequer no segundo tempo?

É começo de trabalho, mas é bom o técnico não deslizar porque este ano tem Copa América e começam as Eliminatórias. Qualquer escorregão poderá ser fatal.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Simbologia corintiana

Por Guilherme Ibraim

A saída do atacante Christian do Corinthians representa muito mais do que uma simples transferência de um jogador para um clube. Todos os adjetivos utilizados pela imprensa para analisar a transação dão o tom da situação: “surpreendente saída”, “traição”, entre outros. O simbolismo contido na transação evidencia que os clubes paulistas não estão mais tão fortes assim.

Christian foi contratado pelo Corinthians no início do ano e tinha contrato até o fim de 2007. Nos cinco primeiros jogos com a camisa alvinegra ele marcou cinco gols e estava na artilharia do paulistão ao lado de Finazzi (Ponte Preta), Cleber Santana (Santos) e Somália (São Caetano). Estima-se que o jogador ganhava cerca de R$ 50 mil no Parque São Jorge e estava feliz com a boa fase em sua segunda passagem pelo futebol paulista – a primeira foi no São Paulo no ano de 2005.

Os 500 mil que o Internacional pagou como multa recisória do atacante denotam como está a situação do Corinthians. Com o apoio formal, mas sem ver a cor do dinheiro da MSI o clube Paulista luta para manter-se como grande. Obviamente que não como clube, porque a história do Corinthians é gloriosa, mas como força e representação de uma grande potência do futebol brasileiro em termos financeiros e de visibilidade. A saída de Christian sinaliza de forma mais contundente a situação pífia com a qual a diretoria do clube paulista trabalha e também a desorganização fora das quatro linhas.

Jogar no Corinthians hoje exige raça para agüentar as perseguições de torcedores após cada derrota; exige paciência para engolir uma variedade incrível de bobagens ditas por alguns comentaristas-torcedores que se acham consultores futebolísticos de primeira linha. A fadiga não se dá somente pelo esforço dentro das quatro linhas, ela talvez seja mais contundente do que esta. É mental e emocional.

Uma rápida olhada no grupo corintiano atual e em alguns de seus últimos times como o de 2005 ou 1999 nos mostra que jogar em Parque São Jorge tem sido cada vez mais tarefa para os “salvadores” da base ou para jogadores que não estão mais no ápice da carreira. Internacional, Cruzeiro, Grêmio entre outros ganham a preferência de jogadores que desejam sair do “stress” de Rio e São Paulo para viverem na tranqüilidade de centros menores. Clubes, abram o olho...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Cruzeiro empata e segue líder em jogo marcado pela violência

Por Orozimbo Souza Júnior

No sempre complicado Alçapão do Bonfim, o time da Toca conseguiu arrancar o empate nos segundos finais dos acréscimos. O dois a dois manteve a invencibilidade e garantiu ao time celeste a liderança do Mineiro, que esteve ameaçada pelo Villa, que, durante a maior parte do jogo, ficou em vantagem no placar.

O jogo foi fraco tecnicamente, sobretudo devido aos já conhecidos problemas do gramado do Castor Cifuentes, menor e muito irregular. O Villa, novamente, teve um jogador expulso e, mesmo assim, conseguiu ficar à frente no placar. Por muito pouco, o Leão não derruba o segundo grande do campeonato, apesar de a equipe celeste ter conseguido as chances mais claras.

Mas a partida foi marcada, infelizmente, por cenas lamentáveis de violência. Ainda no primeiro tempo, a polícia tentava organizar as torcidas nas arquibancadas, quando uma bomba de gás lacrimogênio explodiu e a fumaça chegou ao gramado, provocando irritação nos olhos dos atletas e levando à paralisação da partida por cerca de oito minutos.

No segundo tempo a violência continuou e que se viu foi uma seqüência de imagens absurdas, nas quais se registraram a covardia e a truculência por parte da polícia, que, além de agredir torcedores, atirou várias balas de borracha, ferindo algumas pessoas. É preciso mencionar que o mau comportamento das torcidas gerou a repreensão policial. Contudo, não se justificam a atitude de alguns militares, que agrediram, inclusive, mulheres. Uma torcedora foi retirada do estádio desacordada. Depois da partida, houve mais confrontos nas ruas de Nova Lima.

O comandante da PM na cidade prometeu apuração, para se chegar aos responsáveis pelos incidentes lamentáveis e, em seguida, fazer as devidas punições, o que, particularmente, não acredito que vá acontecer. Ano após ano a história se repete e pouco ou nada é feito para coibir a ação de marginais fantasiados de torcedores e de policiais despreparados.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Galo segue sua sina

Por Orozimbo Souza Júnior

Mais uma rodada do fraquíssimo Campeonato Mineiro se vai, e o Atlético continua a decepcionar, para não dizer envergonhar, a sua torcida. Em três jogos, sendo dois em casa, o time soma apenas um ponto. Lá pelos lados de Vespasiano, já estavam fazendo cálculos há uma semana. Imaginem agora.

Pior do que não conseguir os resultados é ver o péssimo desempenho do time em campo, o que parece não deixar perspectivas de melhora. Tudo bem que foi apenas a terceira partida do time no ano e, normalmente, em início de trabalho, os treinadores pedem cinco ou seis jogos para acertar o time.

Pensando assim, o técnico Levir acha anormais os resultados, mas aceitáveis, pelo fato de o time estar em fase de ajustes. De qualquer forma, não há mais o que esperar, pois um resultado negativo no clássico de semana que vem, praticamente, tira do time a chance de classificação.

Márcio Araújo

Por Orozimbo Souza Júnior

O Atlético fez mais uma negociação esquisita. O jovem Márcio Araújo, um dos melhores jogadores do time, foi emprestado por um ano ao futebol japonês. É um grande desfalque para a equipe, que ainda está longe do acerto em 2007.

Mas o que chama a atenção não é a perda de uma importante peça de um time ainda claudicante. Araújo foi emprestado por um ano. Os valores não foram divulgados, mas, certamente, não serão suficientes para dar um alento, em meio à crise financeira do alvinegro.

Que os clubes brasileiros precisam vender atletas para se manterem, não resta dúvida. Essa regra vale para os mais bem-sucedidos dos últimos anos (São Paulo e Inter), e não seria diferente com o Galo. “Fazer dinheiro” vendendo uma revelação seria compreensível. Mas esse empréstimo soa estranho.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Jovens treinadores, sejam bem-vindos

Por Orozimbo Souza Júnior

Uma das melhores coisas que aconteceram ao futebol brasileiro nos últimos anos foi a revelação de alguns novos treinadores. Jovens e competentes, nomes como Caio Júnior (Palmeiras), Renato Gaúcho (Vasco), Mano Menezes (Grêmio) e outros estão ajudando a acabar com um circulo vicioso ao qual nossos clubes ficam presos.

Numa espécie de dança das cadeiras em que o número de cadeiras e de participantes é sempre o mesmo, ou seja, ninguém sobra, as opções de técnicos são poucas, e sempre as mesmas. Daí, surgem as “figurinhas carimbadas”, que estão sempre pulando de galho em galho, digo, de clube em clube.

Nomes como Osvaldo de Oliveira, Tite, Joel Santana, Jair Picerni e tantos outros já passaram pela maioria dos clubes grandes do país, na tradicional cultura brasileira de se mudar o comando técnico a cada seqüência de cinco, seis resultados negativos.

Aqui não vai nenhum questionamento à capacidade de tais treinadores, e sim uma saudação aos jovens, que estão entrando no mercado e, além de darem mais opções aos clubes, trazem novas idéias, novas maneiras de se trabalhar o futebol. Essa concorrência é muito positiva, pois também faz com que os treinadores mais antigos reciclem suas idéias, caso contrário ficarão fora do mercado.

Há cerca de dois anos, a nova safra de técnicos deu seu cartão de visitas. Novos nomes despontam. Ganha o futebol brasileiro.